Aprendendo idiomas

O Brasil tem índices muito altos de analfabetismo, mesmo se comparado com países onde a renda per capita da população é até menor. Esse é um drama tão antigo que já há quem diga que o problema estaria na língua portuguesa…

Existem, mesmo, graus diferentes de dificuldade para aprender um idioma. A língua mais difícil é aquela na qual a forma escrita é mais diferente da forma falada. Por esse critério, o português se encontra numa situação intermediária. Talvez existam poucas línguas tão fáceis de dominar como o espanhol. Já o inglês é bem mais difícil. Mas para um brasileiro que vive num ambiente onde se fala só português, essa língua é a mais fácil, sem dúvida. Onde deve estar o problema? Uma questão importante é a formação dos professores, diz uma psicóloga: “Talvez não seja o maior problema, mas é uma questão grave. É verdade de que, no brasil, os professores ganham pouco. E também é verdade que, se ganhassem mais, poderiam viver melhor, ter mais informação, aperfeiçoar-se e, dessa maneira, seriam capazes de ensinar melhor”.

Continua a psicóloga:

“Para começar, não se exige diploma universitário para professores da educação infantil. E isso é decisivo. Numa faculdade o professor fica sabendo muito mais sobre psicologia infantil, sobre pedagogia e sobre os assuntos que irá ensinar. Não há duvida de que nos países que fazem essa exigência – e faz quem pode – o ensino básico é melhor que o brasileiro. Quem tem pouca leitura tem muita dificuldade para ensinar a ler”.

Os pais também podem e devem ajudar. O ambiente em casa é tão importante que é até correto supor que uma criança, com estímulo familiar favorável, possa tornar-se uma autodidata e aprender a ler e escrever sozinha. Por isso se diz que o primeiro ambiente alfabetizador não é a escola, mas a família, que ensina de maneira implícita.