Todo ser humano que pratica uma religião, responde que sim, ele ainda é confiável. A confiança ainda é um dos sustentáculos da vida social, e da relação entre os seres humanos. Embora abalada no momento que vivemos. Não podemos em hipótese nenhuma confiar plenamente em quem nos governa. Mas a confiança vem de componentes religiosos e psicossociais muito importantes. Tanto assim que a confiança começa a se moldar no seio e regaço maternos. O cuidado que a mãe tem na sua natural habilidade de transmitir confiança e segurança para seu bebê, aparelha-o para os passos seguintes da vida, na infância, na escola e seu ambiente, na adolescência e na juventude. Através da confiança a criança vai conquistando seu espaço ao redor, socializando-se com outras crianças, evoluindo lentamente com os colegas no colégio, maturando com universitários no curso superior, preparando, assim, sua caminhada para a cidadania visando a sua realização pessoal.
Cedo de manhã, as pessoas enfrentam sua labuta diária, com o suporte da confiança pessoal. Elas sobem nos ônibus ou trens para irem ao trabalho. Estão confiantes de que os ônibus ou trens estão em perfeito funcionamento e que os motoristas têm a habilidade e licença para dirigirem. Pessoas que viajam de avião confiam que as aeronaves estejam seguras para a viagem e que os pilotos tenham o preparo e a habilidade para pilotar os aviões.
A mesma confiança interna dos cidadãos é mostrada quando vão às compras nos supermercados e alimentar-se nos restaurantes e lanchonetes. Os consumidores compram comida esperando que seja limpa, e se alimentam na expectativa de os alimentos não serem deteriorados. Os operários e funcionários confiam de que a comida seja saudável e bem preparada. Pesquisas mostram que as pessoas formam seu núcleo de confiança muito cedo, já com a família, na escola com os coleguinhas e professores, junto aos vizinhos, participando na igreja onde conhecem os dirigentes, no trato com médicos e dentistas, bem como profissionais das mais variadas áreas. Geralmente são pessoas e profissões que se tornam conhecidas por suas ações e vivências próximas das propriedades ou residências no correr da vida. Do outro lado, os resultados de pesquisas junto a cidadãos sobre confiança atribuída a profissões ou entidades profissionais e oficinas indicam que os políticos em geral (prefeito, vereador, deputado, senador) e as instituições governamentais iniciam o rol das funções nas quais as pessoas menos confiam. Sabe-se que para o funcionamento adequado e harmonioso de uma sociedade, é importante para os cidadãos que os órgãos públicos e as instituições governamentais sejam confiáveis. Infelizmente, sondagens de opinião pública no Brasil, nos apresentam resultados dizendo que estamos longe desta certeza face aos noticiários veiculados na telecomunicação e na imprensa. Com frequência, o tema da confiança é discutido na imprensa escrita e falada por cientistas sociais e lideranças políticas, enfatizando a baixa confiança que o cidadão brasileiro atribui aos políticos, tendo em vista a precária visão ética ou seja, da coisa pública exercida pela classe política. Como resultado desta realidade social, muitas e muitas pessoas mostram descrédito e baixo nível de confiança a cerca da classe política e do próprio poder Judiciário, da própria polícia, sendo todos os índices muito baixos. Mas confiando em Deus, sabemos que há um porto, um lugar seguro onde estamos protegidos de todas as adversidades. Confiando em Deus e nas suas graças, podemos atribuir também confiança nas pessoas que nos são caras na vida e no ambiente no qual nos realizamos todos os dias.