De pai para filhos: o amor que inspira, ensina e marca a vida

Para celebrar a data deste domingo (11), conheça as histórias da família Franciosi de Luiz, Fabiano e Luciana, e a saudade eterna de Fábio da Silva por Sêo Augusto, avô que o criou como filho

O Dia dos Pais, comemorado no segundo domingo de agosto, é uma data marcada pela celebração da figura paterna e sua importância no seio familiar. Mais do que uma simples ocasião para a troca de presentes, o dia é uma oportunidade para reforçar os laços de afeto, respeito e gratidão entre pais e filhos, evidenciando o papel fundamental que os pais desempenham na construção dos valores e no desenvolvimento emocional das crianças.
Apesar da data festiva entre as famílias, muitos sentem saudades dos pais que já partiram e levam os ensinamentos para a vida. Esta matéria é uma homenagem a todos os pais e figuras paternas, sejam avôs, tios ou irmãos.
Aproveitando a data, conheça duas histórias que refletem o amor paterno, seja ainda em vida, com foco no Sêo Luiz Franciosi e o filho Fabiano, ou na memória, como é o caso de Fábio da Silva, de Porto Barreiro, que perdeu a figura paterna, sêo Augusto, há cinco anos.

Amor e sucessão familiar

A sucessão familiar é o processo de transferir bens e propriedades para a próxima geração em um negócio familiar. Um plano de sucessão bem elaborado garante a continuidade e a estabilidade da empresa, minimizando interrupções e preservando o modelo de negócio, beneficiando tanto os proprietários atuais quanto os sucessores.

Em Laranjeiras do Sul, destacamos a história da Auto Braz Volkswagen, um exemplo de como a sucessão familiar pode fortalecer e perpetuar um legado. Com 60 anos de atuação a empresa ilustra a importância de um planejamento sucessório bem-feito. O fundador, sêo Luiz José Franciosi transferiu o controle da empresa para seus filhos, Fabiano e Luciana. Como ele mesmo diz, hoje está mais como um “curativo”, pronto para ajudar quando necessário, mas confiante no sucesso e na continuidade dos filhos à frente dos negócios.
O fundador, Luiz, construiu a empresa com base nos princípios que aprendeu com seus pais: honestidade, trabalho duro e compromisso com a comunidade. “Desde cedo, meus pais me ensinaram a importância de ser íntegro. Não tenho muito estudo, mas desde cedo aprendi na prática a minha profissão. Criei meus filhos desde pequenos os preparando para um dia assumir a empresa”, relembra o empresário.
Fabiano e Luciana cresceram em meio aos negócios da família, observando e aprendendo a cada passo. Luiz não apenas os preparou para a sucessão através do exemplo diário, mas também investiu em sua formação. “Desde adolescentes, com nossos 13, 14 anos meu pai nos envolveu nos negócios, nos mostrando a importância de cada detalhe. Várias experiências dentro da própria fábrica da Volkswagen foi fundamental para adquirirmos o conhecimento técnico necessário,” conta Fabiano.

Luciana completa: “Foi um processo natural, mas sempre guiado pelos ensinamentos do nosso pai, que nunca deixou de acreditar no nosso potencial”.

Os filhos relatam que a convivência com o pai sempre foi marcada por tranquilidade e segurança. Eles aprenderam muito com seu exemplo, admirando sua justiça e humildade. Embora tenham saído para estudar e se formar, retornaram para gerir a empresa, motivados pelo amor e pela amizade que sempre caracterizaram o relacionamento familiar.

Para Luiz, o maior orgulho é ver seus filhos assumindo papéis de liderança na empresa que ele fundou. “Eles são muito competentes no que fazem. E hoje eu sou apenas um curativo aqui, se eles precisam de um remendo em algo eu ajudo, mas são eles quem gerem tudo” afirma Luiz.

Para Fabiano, ter o pai junto ainda nos negócios da empresa é imprescindível. “Em todas as decisões sobre investimentos, mudanças ou qualquer questão que precise ser discutida, contamos com a experiência do nosso pai. Ele é o sócio majoritário, mas, além disso, possui uma vasta experiência acumulada ao longo de sua vida. Muitas vezes, os desafios que enfrentamos hoje já foram vividos durante os 60 anos de história da empresa, e isso nos permite ser guiados por ele através dos diferentes caminhos possíveis”, destaca o filho.

O mesmo sentimento é evidenciado na filha. “Tudo o que temos hoje, em termos de trabalho e de vida, é resultado dos ensinamentos que ele nos proporcionou. Mesmo agora, ele continua a nos orientar e dar conselhos valiosos. Em momentos de decisão, sentamos juntos para discutir e resolver as questões em família. Ter a presença e o apoio dele ainda é uma fonte de segurança para nós, independentemente de tudo o que já aprendemos e realizamos”, assegura Luciana.

De acordo com ambos, a transição de comando foi feita de maneira gradual e planejada, permitindo que Fabiano e Luciana desenvolvessem suas habilidades enquanto eram guiados pela experiência do pai.

Hoje, a empresa não é apenas familiar, é um símbolo de como a sucessão bem-sucedida pode garantir a longevidade e a prosperidade de um negócio. “A cada desafio que enfrentamos, lembramos dos ensinamentos do nosso pai e do compromisso que temos com a nossa história e com nossos clientes,” diz Luciana. Fabiano complementa: “Sempre investimos tudo que ganhamos aqui em Laranjeiras e região, é uma coisa que nosso pai sempre nos ensinou, retribuir para a sociedade nossos esforços”, conclui o filho.


Amor que permanece
O Dia dos Pais é uma data de celebração e gratidão, mas para Fábio da Silva, de Porto Barreiro, é também um momento de reflexão sobre a figura que mais marcou sua vida: seu avô, Augusto, que faleceu há cinco anos.
A história de Fábio não é comum. Ele cresceu em um lar marcado por uma tragédia. Seu pai, tomado pelo ciúme, atirou em sua mãe, que não resistiu. Após esse episódio, seu pai desapareceu, e Fábio foi criado pelos avós. Augusto, seu avô, assumiu o papel de pai, oferecendo a ele não apenas abrigo, mas também amor e sabedoria.
“Meu avô me ensinou tudo o que sei. Ele foi o maior exemplo que já tive na vida”, diz Fábio. Ele recorda com carinho os momentos passados ao lado de Augusto, destacando a importância dos ensinamentos que recebeu. “Ele sempre dizia que o errado nunca daria bons frutos e que, se eu seguisse o caminho correto, as coisas tenderiam a dar certo”.
Para Fábio, a maior lição de Augusto foi a de honrar a família e valorizar cada segundo de vida. “Meu avô sempre dizia que, se deixássemos as coisas para amanhã, poderia ser tarde demais. Precisamos aproveitar cada instante da vida, dentro das condições que temos”.
Mesmo após a partida de Augusto, Fábio sente que seu avô continua presente em sua vida por meio dos ensinamentos que lhe foram passados. “Se eu pudesse falar com ele agora, eu diria que sempre o amei e continuarei amando até o fim da minha vida. Vou lembrar de cada segundo que passamos juntos e de todos os conselhos que ele me deu”.
Hoje, Fábio busca transmitir esses valores a seus próprios filhos, mantendo viva a memória de seu avô. “Meu avô foi mais que um pai para mim. Ele me criou melhor do que criou os próprios filhos. Tudo o que eu precisei, ele me deu. E quando ele precisou de mim, eu estava lá para ajudá-lo, nos bons e nos maus momentos”.