Cesta básica teve alta de 5,71% no bolso do consumidor em abril
De acordo com o levantamento do Grupo de Pesquisa em Economia e Desenvolvimento da UFFS, Tomate e batata são os principais responsáveis pelo aumento
O mês de abril chegou com um peso a mais para quem foi ao mercado em Laranjeiras do Sul. De acordo com o levantamento do Grupo de Pesquisa em Economia e Desenvolvimento (GPED), da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), a cesta básica de alimentos no município subiu 5,71% em comparação a março. O valor necessário para adquirir os 13 produtos essenciais passou de R$ 538,81 para R$ 569,57, um aumento que pode parecer pequeno à primeira vista, mas que impacta diretamente no orçamento de famílias já pressionadas.
Os vilões da vez
A batata e o tomate foram os principais responsáveis pela disparada dos preços. Juntas, essas duas hortaliças responderam por 4,49% dos 5,71% de aumento geral da cesta, ou seja, cerca de 80% da alta registrada. A batata teve um reajuste de 42,58%, enquanto o tomate encareceu 32,98% em apenas um mês. A banana, o pão francês e a farinha de trigo também contribuíram para a elevação, com aumentos de 12,88%, 9,18% e 6,58%, respectivamente.
Nem tudo ficou mais caro, quatro itens da cesta apresentaram queda de preços em abril, o feijão preto (-4,25%), a margarina (-3,54%), o arroz (-3,27%) e o leite (-2,21%). No entanto, o recuo nesses produtos foi insuficiente para frear a alta puxada pelos hortifrútis. Além disso, carne, café e óleo de soja praticamente mantiveram seus valores, com variações mínimas.
Mais trabalho, menos comida
Com o aumento no custo dos alimentos, o tempo médio de trabalho necessário para comprar a cesta básica também cresceu. Em abril, foram exigidas 82,5 horas de jornada para garantir os itens essenciais, contra 78,09 horas no mês anterior. Isso representa mais de dois dias inteiros de trabalho a mais apenas para se alimentar, sem contar despesas com moradia, saúde, transporte e educação.
Salário
Considerando os direitos constitucionais de alimentação adequada e digna para uma família de quatro pessoas, o salário mínimo ideal em abril de 2025 deveria ser de R$ 4.784,99, ou seja, mais de três vezes o valor atual, fixado em R$ 1.518,00. No mês anterior, o valor necessário era de R$ 4.526,57. A diferença crescente entre o custo de vida e a renda real expõe a dificuldade dos trabalhadores em manter uma vida minimamente confortável.Pesquisa mensal
Os dados fazem parte de um projeto de extensão, que desde 2017 monitora os preços da cesta básica no município. A metodologia segue os critérios estabelecidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e considera os preços praticados em oito supermercados da cidade.



