Luis Fernando Veríssimo morre aos 88 anos em Porto Alegre

Escritor faleceu na madrugada de hoje (30), após complicações de uma pneumonia. O velório será realizado no Salão Nobre Julio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do RS

A madrugada de hoje (30) marcou o fim de uma era na literatura brasileira. Aos 88 anos, Luis Fernando Veríssimo faleceu em Porto Alegre, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia, após um longo período de internação na UTI do Hospital Moinhos de Vento, onde estava desde 11 de agosto. O escritor, que havia enfrentado doenças como o Parkinson e problemas cardíacos, sendo implantado um marcapasso em 2016, também passou por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2021, o que afetou suas habilidades motoras e de comunicação. Ele deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos.

Mestre do humor

Nascido em 1936, em Porto Alegre, Luis Fernando Veríssimo iniciou sua trajetória literária ainda jovem, escrevendo para jornais e publicando livros que logo o tornaram um ícone.

Suas crônicas, com uma mistura de ironia e profundidade, abordavam temas do cotidiano de maneira acessível e cativante. Com títulos como ‘O Mestre de Cerimônias’ e ‘A Vida como Ela É’, Veríssimo conquistou uma legião de leitores, tornando-se um dos maiores cronistas do país.

Arte de escrever

De forma descomplicada e mordaz, suas obras abordavam temas que iam da política à sociedade, da psicologia humana às relações cotidianas. Veríssimo também se destacou como romancista, com livros como ‘Comédias da Vida Privada’ e ‘As Mentiras que os Homens Contam’, que cativaram os leitores com sua mistura de humor e crítica.

Seu olhar afiado para as complexidades da vida brasileira fez dele uma referência literária, sendo também um dos mais importantes humoristas da literatura mundial.

Despedida

Luis Fernando Veríssimo pode ter partido, mas sua obra permanece viva na memória de seus leitores. Seus livros continuam a ser lidos e relidos, a inspirar novos escritores e a servir como base para a compreensão da sociedade brasileira.
O autor deixa um legado imortal, não apenas em suas palavras, mas no modo como observava o mundo, transformando-o em crônicas que, mais do que engraçadas, eram uma reflexão profunda sobre a vida. Afinal, como dizia Veríssimo. “Não há nada que um homem possa fazer no espaço que uma máquina não possa fazer melhor, a não ser morrer”.