Tomate e carne reduzem em 3,72% o valor da cesta básica em Laranjeiras do Sul
Custo da CBA cai de R$ 552,95 para R$ 532,40, mas banana sobe 50,64% e se torna o item com maior alta no período
O custo da Cesta Básica de Alimentos (CBA) em Laranjeiras do Sul apresentou nova queda em agosto, consolidando a quarta redução consecutiva desde abril. O levantamento, realizado pelo projeto de extensão Observatório Regional da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), apontou uma variação negativa de 3,72% em relação ao mês de julho.
Com isso, o valor necessário para adquirir os alimentos essenciais passou de R$ 552,95 para R$ 532,40, representando uma economia significativa para os consumidores locais. Essa quantia corresponde ao custo mensal estimado para alimentar uma pessoa de acordo com os padrões estabelecidos na CBA.
A trajetória de queda vem sendo registrada desde março, início da nova série histórica do levantamento, e reflete a variação dos preços monitorados em oito supermercados da cidade.
Preços
Dos 13 itens que compõem a cesta básica, sete apresentaram redução nos preços em agosto. O tomate foi o produto com maior recuo, registrando queda expressiva de 19,67%. Em seguida, apareceram o pão francês (-5,39%), a carne (-5,18%) e o feijão preto (-4,31%).
A carne bovina teve papel fundamental na queda geral do valor da CBA, devido ao seu peso de 46,23% na composição da cesta. O tomate também exerceu grande influência, sendo responsável por -2,46% na variação total do índice.
Por outro lado, seis produtos registraram aumento, com destaque para a banana, que disparou 50,64%, e o óleo de soja, que apresentou alta de 8,03%. Esses aumentos, embora expressivos, não foram suficientes para reverter a tendência geral de queda.
Orçamento
A banana, que vinha apresentando preços estáveis ao longo do ano, sofreu forte elevação em agosto, tornando-se o item de maior aumento desde o início da série histórica em março.
De acordo com a análise do Observatório Regional, a alta foi impulsionada por fatores sazonais, como condições climáticas desfavoráveis, além de questões ligadas à oferta do produto. No acumulado entre março e agosto, o preço da banana subiu 35,6%, enquanto a maioria dos outros alimentos apresentou quedas expressivas.
Salário mínimo
O estudo também calculou o salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. Em agosto, o valor estimado foi de R$ 4.472,68, o que representa 2,95 vezes o salário mínimo vigente, fixado em R$ 1.518.
Em julho, o valor necessário era de R$ 4.645,37, correspondendo a 3,06 vezes o piso nacional. Essa redução reflete a melhora no poder de compra dos trabalhadores locais.
Além disso, houve diminuição no tempo médio de trabalho necessário para a aquisição dos itens da cesta. Em agosto, foram exigidas 77,16 horas, contra 80,14 horas no mês anterior.
Quedas acumuladas
Alguns produtos vêm apresentando reduções significativas desde o início do monitoramento em março. O feijão preto, por exemplo, acumula queda de 27,1% até agosto.
O arroz e a batata também registraram reduções expressivas no período, com quedas acumuladas de 17,7% e 14,0%, respectivamente.
Esses resultados têm contribuído para que, no conjunto, a CBA apresente uma variação negativa de 1,2% desde o início do levantamento.
Pesquisa
A coleta de dados segue a metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), garantindo que os números reflitam a realidade da população local.
Segundo o coordenador do projeto, professor Rafael Stefenon, os preços são monitorados mensalmente em oito supermercados selecionados estrategicamente. Em cada estabelecimento, os valores são registrados em diferentes dias da semana para captar eventuais variações.
Para produtos como carnes, são considerados três cortes específicos, coxão mole, coxão duro e patinho. Já frutas, legumes e pães são precificados por quilo, conforme a tabela divulgada nas seções de hortifrúti dos supermercados. “Nosso objetivo é oferecer informações confiáveis sobre a evolução dos preços, permitindo que a população e os gestores públicos compreendam melhor o cenário econômico local”, explica
Projeto
O levantamento integra as atividades do Grupo de Pesquisa em Economia e Desenvolvimento (GPED) da UFFS, com a participação de estudantes do curso de Ciências Econômicas.
Realizado originalmente entre 2017 e 2019, o estudo foi interrompido durante a pandemia de Covid-19 e retomado em 2025 com o compromisso de acompanhar mensalmente as variações nos preços da CBA. O projeto não apenas coleta e analisa dados, mas também contribui para a formação acadêmica dos estudantes, aproximando-os das demandas sociais da região.



