Crimes em queda: Paraná reduz homicídios em 26% e roubos em 16% desde janeiro

Estatísticas são apresentadas pela secretaria de Segurança Pública e auxiliam na prevenção; motivos para queda variam de região para região

A secretaria da Segurança Pública do Paraná apresentou nesta quinta-feira (27) os resultados da reunião de análise criminal, realizada nas primeiras horas da manhã com dirigentes da Polícia Militar (PMPR) e da Polícia Civil (PCPR). No encontro, foram discutidos de forma qualitativa os principais indicadores de homicídios e roubos, incluindo motivações, horários e dinâmicas identificadas em diferentes regiões do Estado, com o objetivo de orientar novas ações estratégicas de prevenção.
Os dados atualizados mostram que o Paraná segue em uma trajetória consistente de queda na violência. Nos dez primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024, o estado registrou redução de 16,5% nos roubos, passando de 11.377 para 9.508 ocorrências e queda de 26% nos homicídios, com menos de mil casos (974) no período pela primeira vez na história. Os resultados reforçam um movimento: em 2024, o Paraná havia alcançado os menores índices criminais de toda a série.
“O que nós percebemos, com a avaliação das motivações, é que na maioria dos casos os crimes não são decorrentes de tráfico de drogas. Grande parte das ocorrências está ligada a brigas em bares, causadas por desinteligências, com ingestão de bebida alcoólica e uso de arma branca, o que norteia as medidas que nós vamos adotar nas regiões para evitar que esses crimes aconteçam”, explica o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira.
Neste ciclo, foram analisados 11 municípios que registraram aumento pontual nos casos de homicídio nos últimos anos. Ao todo, 104 ocorrências foram avaliadas individualmente e, em 51 delas, a motivação esteve ligada a rixas, brigas e desentendimentos, reforçando a tendência de que a maioria dos crimes está relacionada a conflitos interpessoais.
A mesma metodologia foi aplicada aos 18 municípios selecionados por registros de roubo, onde se constatou predominância de roubos de aparelhos celulares. Para cada local, foram mapeados dias, horários e formas de abordagem com maior incidência, permitindo definir ações específicas e alinhadas ao comportamento real das ocorrências. “São remédios diferentes para as doenças diferentes. O crime de tráfico de drogas decorre de operação de inteligência, com a Polícia Civil e a Polícia Militar, deferimento de mandados de busca e de prisão, o que não é a realidade do Estado hoje. Esses casos que estamos verificando são decorrentes de crime de ímpeto, desinteligência ou de rixa, sendo evitados com o policiamento ostensivo, abordagens e com fiscalizações urbanas”, afirma o secretário.
A reunião ocorre periodicamente e possibilita que comandantes e delegados relatem as demandas de cada região, seja para a obtenção de medidas judiciais, como mandados de busca ou prisões cautelares, ou para a articulação com prefeituras para apoiar fiscalizações administrativas. A partir desses relatos, a SESP define como apoiar cada município, ajustando estratégias e reforçando o trabalho das equipes no Interior do estado.