Governo pretende fundar universidades federais voltadas à educação indígena e esportiva em Brasília
Lula afirmou que vai atuar para viabilizar criação da Universidade Federal Indígena e Federal do Esporte; se aprovadas, poderão funcionar a partir de 2027
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou ontem (27) o envio ao Congresso Nacional dos projetos de lei que instituem duas novas instituições de ensino superior: a Universidade Federal Indígena (UNID) e a Universidade Federal do Esporte (Ufesporte). Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, Lula afirmou que o governo pretende atuar para viabilizar a aprovação das propostas no Legislativo.
O presidente ressaltou que o envio dos textos abre espaço para debates no Congresso e afirmou que eventuais alterações poderão ser feitas para aperfeiçoar as medidas. O anúncio ocorreu no mesmo momento em que parlamentares iniciavam a análise dos vetos presidenciais ao projeto que flexibiliza regras de licenciamento ambiental, em meio a um quadro de tensões recentes entre o Executivo e o Legislativo. Caso aprovadas, as novas universidades têm previsão de funcionamento a partir de 2027.
Propostas das novas instituições
De acordo com o Ministério da Educação, a criação da UNID atende a solicitações de povos indígenas de diferentes regiões do país. O modelo prevê atuação em rede e integração entre conhecimentos tradicionais e produção científica, com foco na formação de estudantes indígenas.A Ufesporte, por sua vez, retoma compromisso apresentado pelo presidente em agosto, durante encontro com atletas da ginástica rítmica. A instituição terá como finalidade ampliar a formação acadêmica voltada ao esporte e ao desenvolvimento de práticas e tecnologias esportivas.
Cerimônia no Palácio do Planalto
O evento contou com a presença dos ministros Camilo Santana (Educação), André Fufuca (Esporte) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas). A ex-ministra do Esporte Ana Moser também participou, assim como a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e os atletas Caio Bonfim e Verônica Hipólito.Durante a solenidade, a ministra Sonia Guajajara destacou que a proposta da UNID foi construída com base na escuta de 236 povos indígenas e de especialistas em educação. Ela mencionou que os saberes tradicionais dos povos originários tiveram reconhecimento internacional no Acordo de Paris, firmado em 2015. O ministro André Fufuca explicou que a Ufesporte deverá oferecer cursos em diversas áreas relacionadas à prática esportiva, abrangendo formação técnica e desenvolvimento profissional.
Estrutura prevista para as universidades
Os projetos enviados pelo governo ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional. Caso sejam validados sem alterações substanciais, as instituições terão o seguinte formato:
Universidade Federal Indígena
Com sede em Brasília, a universidade será dedicada à formação de estudantes indígenas e à integração entre saberes tradicionais e conhecimento acadêmico. Entre as áreas previstas estão Gestão ambiental e territorial,Gestão de políticas públicas, Sustentabilidade socioambiental,Promoção de línguas indígenas, Saúde,Direito,Agroecologia, Engenharias e tecnologias eFormação de professores
Universidade Federal do Esporte
A Ufesporte terá sede em Brasília e contará com centros regionais em diferentes estados. Entre as possibilidades mencionadas estão instalações esportivas já existentes no Ceará e no Rio de Janeiro, construídas para eventos olímpicos. O foco será o desenvolvimento científico e tecnológico no esporte, além da formação de profissionais especializados. Os cursos planejados incluem Ciência do Esporte, Educação Física, Gestão do esporte e lazer comunitário,Medicina esportiva e reabilitação, Gestão e marketing esportivo e Nutrição esportiva.



