Palmital lidera a região com a menor taxa de analfabetismo entre adultos
Levantamento revela contrastes entre os municípios e evidencia desafios históricos que ainda influenciam o cenário educacional regional; Laranjeiras do Sul aparece em 6º lugar
Palmital (4,50%), Coronel Vivida (7,00%), Virmond (7,20%), Chopinzinho (7,80%) e Saudade do Iguaçu (8,10%) compõem o grupo que lidera a região com as menores taxas de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais. Juntos, esses cinco municípios apresentam os indicadores mais favoráveis de alfabetização da população adulta.
Na sequência imediata aparecem Laranjeiras do Sul (8,60%), Candói (8,90%) e Porto Barreiro (9,10%), que mantêm taxas relativamente baixas, mas ainda dependem de ações específicas para reduzir o analfabetismo residual entre adultos. Municípios com índices entre 10% e 12% compõem um grupo intermediário, no qual se destacam Sulina (10,10%), Laranjal (10,10%), Foz do Jordão (10,20%), Quedas do Iguaçu (10,20%) e Guaraniaçu (11%). Embora os números indiquem desafios moderados, eles permanecem dentro de uma faixa considerada administrável, desde que acompanhados por políticas públicas continuadas.
As diferenças tornam-se mais nítidas à medida que o ranking avança. Campo Bonito, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu e Ibema aparecem com taxas entre 11% e 12%, seguidos por Cantagalo (12,30%), Nova Laranjeiras (12,80%) e Três Barras do Paraná (12,80%). Já Goioxim (13,10%), Marquinho (13,60%) e Espigão Alto do Iguaçu (13,80%) ampliam a distância para os melhores colocados, evidenciando cenários que podem ser influenciados por fatores socioeconômicos, dispersão rural e limitações históricas de acesso à educação.
Aparente contradição
Entre os desempenhos mais críticos surgem Diamante do Sul, com 18,70%, e os dois casos mais graves: Pinhão (30,60%) e São João, que registra a maior taxa da região, com 31,90%. Este último caso chama atenção por uma aparente contradição: embora possua o melhor IDHM da região, São João ocupa o último lugar no ranking de analfabetismo.
Esse fenômeno é possível porque a taxa de analfabetismo 15+ reflete um passivo histórico, acumulado ao longo de décadas, abrangendo principalmente adultos e idosos que não tiveram acesso adequado à educação no passado. Já o IDHM é composto por dados mais atuais; renda, longevidade e desempenho escolar contemporâneo, o que significa que um município pode ter avançado recentemente em saúde, renda e educação dos jovens, ainda que carregue um legado educacional negativo entre a população mais velha. Em outras palavras, o bom desempenho presente não elimina imediatamente os efeitos do passado.
Essa diferença entre desempenho atual e passivo histórico é comum em municípios que passaram por transformações sociais e econômicas mais recentes. Enquanto políticas educacionais fortalecidas conseguem melhorar a escolarização das novas gerações, os índices de analfabetismo adulto tendem a cair de forma lenta, exigindo programas de educação continuada, alfabetização de jovens e adultos e ações específicas para grupos vulneráveis.
Importância de análises integradas
Os dados apresentados, organizados pelo Anuário Cantu em Movimento 2025, reforçam a importância de análises integradas para compreender a realidade regional. Ao consolidar informações dispersas que demandariam horas de pesquisa individual, o anuário oferece uma visão objetiva e fundamentada, contribuindo para decisões estratégicas que impactam diretamente o desenvolvimento dos municípios.
O cenário apresentado demonstra grandes contrastes, desde municípios com desempenho exemplar até localidades que enfrentam desafios estruturais profundos. A leitura desse conjunto de indicadores evidencia que a alfabetização de adultos permanece como um tema central para a redução das desigualdades e para o fortalecimento da cidadania. Diagnósticos precisos, aliados a políticas contínuas, podem acelerar o processo de transformação e garantir que mais pessoas tenham acesso pleno à leitura e à escrita, ampliando suas oportunidades e melhorando a qualidade de vida de toda a região.
Taxa de analfabetismo 15 anos ou mais
| Município | Taxa |
|---|---|
| Palmital | 4,50% |
| Coronel Vivida | 7,00% |
| Virmond | 7,20% |
| Chopinzinho | 7,80% |
| Saudade do Iguaçu | 8,10% |
| Laranjeiras do Sul | 8,60% |
| Candói | 8,90% |
| Porto Barreiro | 9,10% |
| Sulina | 10,10% |
| Laranjal | 10,10% |
| Foz do Jordão | 10,20% |
| Quedas do Iguaçu | 10,20% |
| Guaraniaçu | 11% |
| Reserva do Iguaçu | 11,20% |
| Rio Bonito do Iguaçu | 11,40% |
| Campo Bonito | 11,60% |
| Ibema | 12% |
| Cantagalo | 12,30% |
| Nova Laranjeiras | 12,80% |
| Três Barras do Paraná | 12,80% |
| Goioxim | 13,10% |
| Marquinho | 13,60% |
| Espigão Alto do Iguaçu | 13,80% |
| Diamante do Sul | 18,70% |
| Pinhão | 30,60% |
| São João | 31,90% |