Do chapéu às carnes, Paraná lidera exportações nacionais em diversos segmentos

Em cinco setores, por exemplo, ocupa o topo do ranking nacional, incluindo tanto matérias-primas quanto artigos com maior valor agregado

O Estado do Paraná encerra o ano de 2025 consolidado como um dos grandes protagonistas do comércio exterior brasileiro. Dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base nas informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), referentes ao período de janeiro a outubro, apontam que o Paraná lidera a pauta de exportações nacionais em cinco importantes segmentos: fertilizantes, carnes, produtos da indústria de moagem, seda e chapéus — contemplando desde matérias-primas até itens de alto valor agregado.

Seda conquista o mercado internacional
A seda é símbolo do bom desempenho da indústria paranaense de maior valor agregado. O Estado responde por expressivos 86% das exportações brasileiras do produto, com destino predominante à França, onde a matéria-prima é absorvida por grandes grifes internacionais do segmento de luxo. O faturamento com as vendas externas somou US$ 10 milhões no acumulado do ano, superando com folga São Paulo (US$ 4 milhões) e Rio de Janeiro (US$ 39 mil).
Em novembro, duas produtoras paranaenses participaram do Silk in Lyon, um dos principais festivais de seda do mundo, após vencerem o Concurso Seda Paraná, representando o Estado no cenário internacional.

Chapéus: polos regionais
Outro setor no qual o Paraná lidera com folga é o de chapéus. As exportações atingiram US$ 3,7 milhões nos primeiros dez meses de 2025, colocando o Estado no topo do ranking nacional, à frente de São Paulo (US$ 2,5 milhões) e Rio Grande do Sul (US$ 2,3 milhões). Os maiores polos exportadores estão nos municípios de Guaíra, Siqueira Campos, Foz do Iguaçu e Apucarana.

Carnes fortalecem balança
No complexo de carnes, que reúne bovinos, suínos, frango e outros segmentos, as exportações paranaenses somaram US$ 3,6 bilhões de janeiro a outubro. Santa Catarina (US$ 3,443 bilhões) e Mato Grosso (US$ 3,440 bilhões) aparecem na sequência.
O Porto de Paranaguá se destaca como o maior exportador de carne congelada do Brasil. O Paraná também lidera a produção nacional de frango e ocupa a segunda posição na produção de suínos.

Indústria de moagem
Na indústria de moagem, especialmente na produção de amidos e féculas, o Estado exportou US$ 34 milhões, superando São Paulo (US$ 19 milhões) e Mato Grosso do Sul (US$ 11 milhões). A fécula de mandioca, com forte produção na região Noroeste, é um dos principais subprodutos responsáveis por esse desempenho expressivo.

Fertilizantes colocam o Paraná no topo
Já no segmento de fertilizantes, o impacto financeiro é ainda mais expressivo: US$ 108 milhões em faturamento, o equivalente a 44% do total nacional. O Paraná também figura entre os principais importadores desses insumos, fundamentais para a sustentação da agricultura.

Aval do Governo do Estado e do Ipardes
Para o secretário de Estado do Planejamento, Ulisses Maia, os números reforçam a diversificação da economia paranaense. “Não somos referência apenas na produção do agronegócio, mas também em outros segmentos. É isso que os dados do comércio exterior evidenciam”, afirmou.
O diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, destaca que os resultados são fruto de políticas consistentes de fomento à economia. “O Estado investe em financiamentos acessíveis, capacitações e estímulo ao empreendedorismo. Artigos de altíssima qualidade, como gravatas e lenços, são fabricados na França a partir da seda paranaense, o que evidencia a competência dos nossos produtores”, pontuou.

Balança comercial em alta em 2025
De forma geral, as exportações paranaenses alcançaram US$ 2 bilhões em outubro de 2025, crescimento de 3,53% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o volume foi de US$ 1,94 bilhão. No acumulado de janeiro a outubro, o Paraná já soma US$ 19,7 bilhões em vendas externas.
Os principais produtos exportados no período foram:

Soja em grãos – US$ 4 bilhões

Carne de frango in natura – US$ 2,9 bilhões

Farelo de soja – US$ 1 bilhão