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Região registra 40% de quebra na produção de soja e 60% no milho

Somando Laranjeiras, Marquinho, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Rio Bonito e Virmond, juntos ultrapassam meio bilhão em perdas

A safra de verão 2021/2022 do Paraná já tem uma quebra, em média, de 40% em função da estiagem. As lavouras mais afetadas são a soja e o milho, as principais do estado, e o prejuízo estimado é de R$ 22,5 bilhões. As informações são do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura.
Com o agravamento do quadro de estiagem, o Deral fez excepcionalmente, um levantamento prévio nos primeiros dias de 2022. O percentual de perdas na soja é de 37% e no milho chega a 34%.

Região

Para um panorama das perdas na região, o Correio do Povo conversou com o presidente da cooperativa Coprossel, Paulo Pinto de Oliveira Filho.

Paulo explicou que foi feito um levantamento a pedido do Ministério da Agricultura, que está fazendo um diagnóstico do prejuízo em nível de Paraná e Brasil, para assim poder adotar medidas. “Fazendo uma média regional da área de atuação da Coprossel podemos dizer que temos 40% de quebra na soja e 60% no milho”.

Conforme o presidente, no Paraná existem regiões que perderam bem mais. Ele destaca que na região, algumas cidades foram mais afetados e outros menos. Isso ocorreu dentro dos próprios municípios, tendo áreas mais afetadas que outras.

“Então por isso que fazemos uma média, que não é representativa do município porque representa uma análise geral. Temos lavouras boas e lavouras ruins”.

Reivindicações

Amanhã (13), a ministra da Agricultura,Tereza Cristina, estará no Oeste do Paraná, que é uma das regiões mais atingidas e que chegou a perda quase total.

Paulo Pinto salienta algumas reivindicações da cooperativa Coprossel, Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores do Estado do Paraná (Fetaep).

Ele explica que estes sistemas produtivos pedem para que sejam adotadas medidas que viabilizem ao produtor continuar plantando. “Solicitamos a prorrogação dos financiamentos de investimento, ou seja, para que a parcela que vence este ano seja jogada para o último ano do financiamento dos produtores. Com relação aos custeios, reivindicamos que as seguradoras agilizem os processos e decisões. Se eventualmente ficar algum saldo a cobrir, que seja parcelado de acordo com a capacidade de cada se cada produtor”.

Paulo diz que a princípio a ministra já disse sim, pois foi feita uma reunião com a Ocepar, Faep e Fetaep. “Em função disso foram convidados também o Banco do Brasil, Banco Central e a Secretaria da Agricultura para acompanharem todo esse processo e tomar as decisões que viabilizem o atendimento do produtor para que ele possa plantar a próxima safrinha e safra sem que isso impacte nos limites de crédito para financiamento”.

Perdas

Calculando pelo preço atual da soja e somando a produção de Laranjeiras, Marquinho, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Rio Bonito e Virmond, as perdas financeiras da ultrapassam os R$ 360 milhões. As perdas no milho chegam aos R$ 141 milhões.

Paulo Pinto alerta sobre importância dos municípios decretarem estado de emergência em função da crise hídrica. “O governo de Estado já o fez e isso facilita e possibilita que o governo federal flexibilize as normas de renegociação. Laranjeiras já decretou e seria interessante que verificando os prejuízos também decretem o estado de emergência”.