Queijaria de Cantagalo leva Super Ouro e mais dois prêmios no ‘Queijos do Paraná’
Tia Nena Produtos Coloniais conquistou Bronze com o Requeijão Cremoso, Prata com o Queijo Colonial de Vinho e Super Ouro com o Queijo Aroma do Campo
Cantagalo brilhou mais uma vez no cenário da produção artesanal de queijos com a consagração da agroindústria Tia Nena Produtos Coloniais, no 2º Prêmio Queijos do Paraná, realizado na última sexta-feira (30). A agroindústria, localizada na microrregião da Cantuquiriguaçu, garantiu três medalhas: Bronze com o Requeijão Cremoso, Prata com o Queijo Colonial de Vinho e, o mais alto reconhecimento da noite, Super Ouro com o Queijo Aroma do Campo.
É o segundo ano consecutivo que a agroindústria sobe ao pódio da premiação, demonstrando consistência e qualidade. O feito é ainda mais significativo diante da concorrência: foram 477 queijos avaliados, produzidos por 107 laticínios e agroindústrias de 76 municípios, batendo o recorde da edição anterior, que teve 290 participantes. “Foi inexplicável. Ao selecionarem os 10 para reavaliação do Super Ouro, todos os requisitos para um bom queijo eram preenchidos com os nossos produtos”, destaca a proprietária Solange Liller.
Região também conquista reconhecimento
Além de Cantagalo, outras cidades do interior paranaense também se destacaram. Virmond, vizinha da campeã, foi premiada com medalha de Prata para o Queijo Colonial Coprossel. No Sudoeste do Estado, Chopinzinho brilhou com duas medalhas: Bronze para o queijo amanteigado maturado por 30 dias e Super Ouro para o queijo colonial maturado ao vinho (45 dias), ambos produzidos pelo Irmão Queijeiro.
Já Coronel Vivida foi reconhecida com excelência na produção de mussarela e ainda recebeu medalha de Bronze pelo mesmo queijo, ambos fabricados pela HE Indústria e Comércio de Laticínios LTDA.
Premiação valoriza qualidade e incentiva expansão
Ao todo, 65 queijos foram certificados, sendo 10 deles com a premiação máxima, o Super Ouro. Solange, que teve o ‘Aroma do Campo’ premiado nesta categoria, explica como se reinventou ao entregá-lo. “Como fomos premiados na edição passada, fomos contemplados com uma visita técnica à Paris, na França. A marca registrada de lá é a maturação maior, e meu desejo era combinar este diferencial de uma forma que agradasse o paladar paranaense. Após oito meses de testes, deu mais que certo”, relembra.
Durante a cerimônia, o secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, destacou o avanço da cadeia leiteira do Paraná. “Somos um grande produtor de leite no Brasil, com alta qualidade e desempenho. A evolução tem sido fantástica. Agora, com o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa, abrimos novos horizontes”, afirmou.
Já o diretor-presidente interino do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), Diniz Dias Doliveira, ressaltou o apoio técnico do Estado às agroindústrias. “Temos mais de 300 agroindústrias atendidas por mais de 120 técnicos. É um trabalho fundamental para pequenos produtores e para o agroturismo”, pontuou.
Oportunidades concretas
Além do reconhecimento, os premiados receberam prêmios práticos: termômetro e pHmetro (Bronze), lava-botas (Prata), curso de análise sensorial (Ouro) e, para os vencedores do Super Ouro, viagem técnica nacional ou internacional. “Esses prêmios ajudam os produtores a crescerem e atingirem novos mercados”, destacou Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema Faep.
O diretor-superintendente do Sebrae, Vitor Tioqueta, reforçou que o prêmio representa o resultado de políticas de qualificação contínua. “Temos atuado diretamente na melhoria da gestão e da conformidade das queijarias. Isso fortalece o posicionamento dos pequenos negócios no mercado”, disse.
A força do leite paranaense
O Paraná é a segunda maior bacia leiteira do Brasil, com 14% de participação nacional, atrás apenas de Minas Gerais (27%). Em 2023, foram produzidos 4,4 bilhões de litros de leite, gerando um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 11,3 bilhões. A média estadual é de 13 milhões de litros de leite por dia, dos quais cerca de 6 milhões são destinados à fabricação de queijos.
Esse cenário torna eventos como o Prêmio Queijos do Paraná cada vez mais relevantes — não só por premiar a qualidade, mas por impulsionar a economia de pequenas cidades como Cantagalo, onde o sabor artesanal e o cuidado na produção se traduzem em medalhas e orgulho local.
Solange, que trabalha com leitaria desde 2016 e só após três anos iniciaram a produção de queijos, agradece principalmente ao IDR pelo apoio prestado. “Daniela Ragazzon da regional de Laranjeiras do Sul e Marceli Mendonça, de Guarapuava foram as maiores incentivadoras. Todo o apoio e conhecimento repassado precisam ser reconhecidos. Elas nos acompanharam desde o ponto inicial deste caminho de sucesso”, finaliza.