Para melhorar a falta de dinheiro, brigas familiares, doenças, acidentes frequentes e até depressão, pois quando as folhas estão fracas é preciso olhar para as raízes – parte II: O Pai

A natureza é muito sábia, ela não avisa quando o casal vai conceber. É natural que queiramos estar bonitos e perfumados para irmos a uma comemoração, a uma festa, a uma missa. Queremos mostrar o nosso melhor quando há algo importante a ser feito.

Se soubéssemos exatamente o momento em que nos colocaríamos a serviço de Deus para conceber um de seus amados filhos, certamente iríamos preferir dar a eles somente as nossas melhores características. Mas não: Quando os pais dão a Vida aos filhos, eles se dão exatamente como são, não podem acrescentar, nem retirar nada do que são. Pai e mãe, consumando um ato de Amor, dão aos filhos tudo o que são. “Os filhos tomam a Vida assim como ela lhes é dada”, diz Bert Hellinger em uma das Ordens do Amor na família, observadas em dinâmicas e terapias em grupos com pessoas e famílias.

“Os filhos tomam a Vida assim como ela lhes é dada”.

Repito:

Os filhos tomam a Vida.

Tomar a Vida… Assim como ela nos é dada… 

Eis a tarefa dos filhos. 

Quando éramos bem pequenos, para nossa segurança nos foi ensinado não tocar o fogo, não pegar em insetos e animais venenosos, que isso é bom e aquilo é mau. E fomos aprendendo a julgar. O tempo passou e seguimos esse padrão em tudo. Julgamos os nossos amigos, julgamos o comportamento dos nossos companheiros de trabalho, julgamos os nossos irmãos de sangue… Seguimos esse padrão que nos tem sido ensinado de geração em geração, apesar da instrução bíblica em Mateus 7:1-5: Não julgueis para não ser julgado. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e à medida que usarem, também será usada para medir vocês. Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está no seu próprio olho? Como pode você dizer ao seu irmão: “Deixe-me tirar o cisco do seu olho” quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho e então verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.

Quando olhamos para nossos pais, alguns de nós nem sempre concordam com a maneira como eles se tratam entre eles ou para conosco, alguns de nós julga e até exclui um deles ou os dois do coração, saindo assim do caminho do amor familiar e sem perceber entrando pelo caminho das desordens, das doenças, da falta de dinheiro, de acidentes, da depressão. A vida por esse caminho é mais pesada, não conseguimos tomar boas decisões e nos sentimos presos.

Se este é o seu caso, sugiro um exercício simples e peço que faça devagar:

Feche os olhos e pense em seu pai, traga à memória a imagem dele, não importa se ele está vivo ou se já se foi… Traga à lembrança a imagem dele e observe-o sem julgar por alguns minutos…

Respire fundo e experimente dizer:

_ “Você é o meu pai. Você é grande e eu sou pequeno.

Te agradeço por ter me dado a Vida”. 

Respire e solte… Deixe essas palavras agirem no seu coração…

Imagine-se pequeno diante do seu pai e experimente dizer:

_ “Eu esperei muito de ti, papai…, mas nem sempre o senhor estava disponível quando eu precisei”…

_ Sinto muito…

_ A partir de agora te vejo diferente e deixo que o senhor seja um homem comum, como milhares de outros homens comuns no mundo inteiro”…

Respire profundamente…

_ “O que faltou entre nós, conseguirei com minhas próprias forças.

_ Eu cresci e o que faltou entre nós, conseguirei com minhas próprias forças, a partir de agora.

_ Descansa, meu pai…”

Respire e deixe a imagem dele se apagar lentamente enquanto solta todas as expectativas que tinhas a seu respeito: 

_ “Te libero, meu pai, para que sejas um homem comum… E me abençoe para que eu seja eu mesmo”…

Finalizo nosso contato de hoje parafraseando o mesmo filósofo, Bert Hellinger e usando o mesmo trecho bíblico:

“O Amor é terapia; no mundo não há outro tratamento senão o Amor.

É sempre o Amor que cura, porque o Amor faz você inteiro”.

O Amor é o que tira a viga dos seus olhos.

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