IA na Gestão e Liderança

Por Adriana Martello Valero, administradora, mestre em Economia, professora e coordenadora de Administração da PUCPR

A Inteligência Artificial surgiu como uma das ferramentas mais poderosas para transformar a gestão nas empresas e o papel dos líderes no ambiente contemporâneo. Parece que não se trata apenas de um avanço tecnológico, mas de toda uma revolução que redefine a forma como as organizações operam, inovam e se conectam com os seus colaboradores.

Como professora universitária em Administração e consultora organizacional, posso afirmar que a AI está provocando uma mudança profunda no processo de tomada de decisão, aumentando a eficiência operacional e abrindo portas para a potencial criação de lideranças mais eficientes e estratégicas.

Na gestão das empresas, a IA pode ser usada para automatizar várias operações rotineiras, assim os gerentes ficam liberados da execução diária e podem se dedicar às questões estratégicas. Ferramentas de processamento analítico, como plataformas de BI-Business Intelligence, por exemplo, ajudam a extrair ideias de pilhas esmagadoras de dados, o que permite decisões mais rápidas e precisas. Por exemplo; a tecnologia implementada em várias empresas de varejo atua no gerenciamento de estoque e em melhorar a experiência do cliente. Já na área de Recursos Humanos, a IA pode simplificar a triagem de currículo e identificar os perfis de alto desempenho, acelerando o processo de recrutamento.

A inteligência artificial também tem levado a impactos na liderança, possibilitando aos líderes um melhor entendimento de sua equipe, acompanhamento de engajamento e até de ajustes de abordagem em tempo real. Um exemplo prático é o uso da IA no Google que analisa o bem-estar dos colaboradores e ajuda a monitorar a satisfação e a produtividade, permitindo que os líderes ajustem as estratégias em prol da melhoria do ambiente de trabalho e, por fim, assegurar maior permanência na organização. 

Um outro exemplo de IA na liderança é a personalização dos programas de desenvolvimento, neste sentido, a IA recomenda treinamentos com base nas necessidades específicas de cada líder. A exemplo disso, a IBM cria seus planos de desenvolvimento individualizados, pela IA, que variam de habilidades técnicas a soft skills. Já na Microsoft, a IA analisa padrões de comportamento de seus líderes, ajudando-os a adaptar suas decisões e estilos conforme os desafios organizacionais.

Além disso, a IA também está sendo utilizada para impulsionar a diversidade e inclusão. A exemplo disso, a Unilever, implementa soluções de IA para eliminar vieses inconscientes dos processos de recrutamento e promoção. Como resultado, as decisões são tomadas com base apenas nas competências profissionais, o que significa que a cultura está se tornando mais inclusiva e justa e, como consequência melhora o desempenho organizacional.

Entretanto, embora a IA proporcione muitos benefícios, é crucial que sua adoção seja acompanhada por reflexões éticas. Os líderes do futuro devem ser capazes de manter o equilíbrio entre o uso da tecnologia e o elemento humano em suas ações decisórias. Enquanto a IA tem a sua disposição a vasta capacidade de incluir e comparar dados, a inteligência emocional, a empatia e o pensamento crítico são qualidades que máquinas não podem replicar.

Em resumo, a IA melhora a capacidade dos líderes, permitindo-lhes tomar decisões assertivas, o que lhes possibilita prever tendências e adaptar suas abordagens de forma ágil e consistente. A integração da IA na gestão e liderança permite às organizações um diferencial competitivo significativo no mercado do século XXI.

A Inteligência Artificial, quando bem implementada, é uma aliada poderosa para gestores e líderes. Empresas como Google, IBM, Microsoft e Unilever já estão colhendo os frutos dessa revolução, mostrando que a combinação da IA com a liderança humana gera resultados extraordinários. O equilíbrio entre tecnologia e sensibilidade será o verdadeiro diferencial no futuro da liderança.