O dilema das redes

Em 2020 a Netflix lançou o documentário “O dilema das redes” onde especialistas em tecnologia do Vale do Silício, EUA, alertam sobre a influência das midia sobre a democracia e o pensamento crítico em geral.

O documentário nos mostra como, através de nossas curtidas, comentários etc. nas midia, os algorítmicos e, atualmente a IA, num processo de retroalimentação mostram mais informações relativas àquilo que curtimos ou visualizamos por mais tempo nas midia dando-nos a falsa impressão que a maioria das pessoas pensa assim.

Desta forma, somos levados a crer que aquilo que acreditamos como sendo o certo é aceito pela maioria das pessoas quando, na verdade, a IA somente está filtrando as informações que demonstramos ser de nosso interesse retroalimentando essa ilusão.

Inicialmente a ideia das redes era facilitar as pesquisas mostrando informações mais relevantes àquilo que estava sendo pesquisado. Porém, atualmente isso está incrementando uma excessiva polaridade entre grupos, pois as pessoas acabam recebendo de volta ecos de “suas verdades”. Com isso, o senso crítico tem sido minado atirando as pessoas a uma espécie de fundamentalismo acrítico voltado ao seu “próprio umbigo”.

Há um livro interessante que é o “Fahrenheit 451”, do escritor Ray Bradbury (filme homônimo na HBO) que aborda uma sociedade onde os livros são proibidos por promover a diversidade de opiniões e as pessoas são direcionadas a um pensamento único oriundo de um Estado autoritário.

Finalizando, devemos ter cuidado com o que curtimos ou lemos na internet, pois a IA fará um processo de retroalimentação com outras postagens semelhantes que acabarão nos tornando acríticos e fundamentalistas achando que somente nossa verdade é suficiente para todos e dando-nos a falsa impressão que essa verdade é a dominante.