Desafio: garantir segurança alimentar

A população mundial entrou 2022 com 7,8 bilhões e superará os 9,5 bilhões em 2050. A humanidade tem grandes desafios, o principal é a produção de alimentos em quantidade suficiente para alimentar tanta gente e garantir a segurança alimentar, ou seja, a garantia de todas as dimensões que inibem a ocorrência da fome. Disponibilidade e acesso permanente de alimentos, pleno consumo sob o ponto de vista nutricional e sustentabilidade em processos produtivos.

O termo segurança alimentar surgiu logo após a Iª. Guerra Mundial quando percebeu-se que a superioridade dos países não dependia exclusivamente da sua capacidade bélica, mas também a garantia da autossuficiência alimentar da sua população.

A segurança alimentar pode ser evidenciada pelo aumento da eficiência na produção agrícola e a redução do desperdício de alimentos. Segundo a FAO, mais de 30% da produção mundial é desperdiçada a cada ano entre as fases de pós-colheita e a venda no varejo.

Além disso, muito se perde durante os processos de produção. Apesar do avanço da tecnologia beneficiar a agricultura de precisão e a capacidade de produção em espaços cada vez menores. Atualmente, cerca de 10 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda. Diariamente, milhões de pessoas não têm o que comer. A alta de preços dos alimentos e outras consequências socioeconômicas potencializadas pela pandemia da Covid-19 aumentaram ainda mais a gravidade dessa situação.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) advertiu que o total de pessoas que enfrentarão insegurança alimentar no mundo pode ser 30% superior às estatísticas de vítimas pelo mesmo motivo em 2020. Cerca de 31 milhões de pessoas, com potencial para atingir um dos maiores níveis em dez anos. O investimento no setor agrícola não pode objetivar apenas a produção de commodities.