Nova Ferroeste está em fase de licenciamento e vai custar R$ 35,8 bilhões
Os indígenas da aldeia Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, se sentiram valorizados ontem (26). Foi especialmente pra eles que o projeto de expansão da Nova Ferroeste foi apresentado. Como explicamos na matéria, a ideia é ligar os municípios de Cascavel (Oeste) e Guarapuava (região Central), a Maracaju e Paranaguá, com ramais para Foz do Iguaçu e Cascavel, num total de 1.567 quilômetros.
O projeto se enquadra no novo Marco Legal Ferroviário, cujo Programa de Autorizações Ferroviárias, denominado Pro Trilhos, institui a outorga por autorização para o setor ferroviário, permitindo a livre iniciativa para o desenvolvimento de projetos ferroviários. Espera-se que o governo Lula não o altere ou cancele, pois por meio do programa, o setor privado pode construir e operar ferrovias, ramais, pátios e terminais ferroviários com recursos 100% privados.
Até o final do ano passado, haviam sido protocolados no Ministério de Infraestrutura (MInfra) 76 pedidos de novas ferrovias que propõem trechos em 16 dos 27 estados brasileiros. Os projetos representam um acréscimo de 19 mil quilômetros à malha ferroviária brasileira e compreendem um investimento de R$ 224 bilhões.
A outorga de autorização é concedida após a análise pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) da convergência do projeto com a rede nacional de ferrovias e após a Secretaria Nacional de Transportes Terrestres (SNTT) conferir a documentação e avaliar se a proposta cumpre com as diretrizes das políticas nacionais de transportes e do setor ferroviário. Ao final da tramitação do requerimento de outorga de autorização, o MInfra e a empresa celebram contrato de adesão com a interveniência da ANTT.
O objetivo do programa é diminuir o custo de transporte e a emissão de gás carbônico, além de garantir a modernização da malha ferroviária no país e criar ao menos 2,6 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos.
O investimento só na Nova Ferroeste é estimado em R$ 35,8 bilhões. Com o sucesso desta obra, o Paraná se transforma num grande modal de transporte ferroviário, atraindo e barateando o escoamento da safra não só dos paranaenses, mas dos demais estados do Sul e do Centro-Oeste brasileiros.
Nós da Cantu não podemos ficar à margem deste desenvolvimento. É preciso unir a região para que tenhamos aqui um porto seco, que poderia ficar no distrito de Passo Liso, para atender a Coprossel e demais grandes produtores. Sonho antigo do doutor Paulo Pinto de Oliveira Filho, que está na hora de virar realidade. Fiquemos atentos.