“Não há corte, há contingenciamento”

O anúncio de corte de 30% nos repasses às universidades federais deixou muita gente indignada, principalmente estudantes e pessoas envolvidas diretamente com as instituições de ensino. Em todo o país, a rede federal possui mais de 60 universidades e quase 40 institutos em todos os estados.

Várias universidades emitiram notas informando que, se os cortes se confirmarem, terão de paralisar atividades e suspender pagamentos a terceiros. Em grande parte dos casos, o maior impacto ocorrerá no pagamento de contas como água, energia elétrica, serviços de limpeza e aquisição de materiais.

No entanto, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse ontem, durante audiência na Comissão de Educação no Senado que não haverá corte no orçamento, mas sim um contingenciamento.

O ministro afirmou que o recurso poderá voltar a ser liberado se a reforma da Previdência for aprovada e se a economia do país melhorar no segundo semestre.

“Não houve corte, não há corte. Vou repetir: não há corte, há contingenciamento. Se a economia tiver um crescimento – e nem é 'recuperar' porque estamos em um marasmo a perder de vista – mas se tivermos crescimento econômico com a aprovação da nova previdência, é só o que falta, disse ele.

Por aí já podemos ter uma noção do porque o anúncio foi feito.  A questão política sempre fala mais alto. É como se o ministro estivesse dizendo: deputados, aprovem a Reforma da Previdência que não cortamos o repasse às universidades.

Conforme a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, 95% das pesquisas realizadas no país são feitas nas universidades. Seja sobre doença, ciência, as pesquisas são feitas e são importantes para todo o país.

No final de semana já pudemos ver manifestações contra os cortes e podem esperar que ainda vem mais por aí. Até que realmente haja o corte ou que tal anúncio seja retirado, ainda muita coisa vai acontecer.

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