O professor do futuro: identidade e amor pela profissão

Possibilidades de avanços educacionais

A contradição entre ignorância e esclarecimento é a trilha civilizatória do devir humano. A luta entre o desconhecido e o conhecido materializa a busca incessante pela apropriação racional da realidade. A busca pelo consciente nos torna mais humanos. Nos dias atuais essa busca dá lugar ao controle da saúde em face da situação da pandemia em escala mundial. Ela exprime em si a natureza e forma da educação. Educar é conscientizar. A rápida resposta dada pela ciência à pandemia eleva a razão ao plano mais alto da conquista educacional como apropriação da realidade. É tempo de conquistas, de vitórias e de descobertas maravilhosas. É a razão e não a ignorância que está nos libertando. Foi, é e será o conhecimento o caminho da civilização e não a regressão ao obscurantismo. A pandemia nos ensinou que temos que estudar, aprender e conhecer mais. Conhecer pela razão e pelo coração, como aprendizado emancipatório de caráter permanente. Fora da dimensão emancipadora não há aprendizado, quanto muito seria um processo de adestramento à semelhança das “habilidades e competências” (perdão pelo termo tão vulgarmente pronunciado até por pessoas que trabalham em “educação”), que só serviria para a pseudoformação (halbbildung) dos técnicos e administradores Auschwitz.

Auschwitz- Birkenau foi produto da educação “neutra” sob a barbárie nazista. O fascismo como totalitarismo da lógica da acumulação de capital na era dos monopólios, desprezou a dignidade e a vida humana, gerando campos de concentração e de extermínio como o de Auschwitz-Birkenau. Ali mais de 1,3 milhões de seres humanos foram mortos em câmara de gás, de fome e de doença, entre 1940 e 1945.

Theodor Adorno, filósofo da Escola de Frankfurt, dizia que “a exigência que Auschwitz não se repita é a primeira de todas para a educação”. Logo, que a educação não se coisifique diante do sofrimento da pandemia. Que nunca nos tornemos indiferentes. O sentido da educação é de que a pandemia seja contida e que não haja xingamento de “mimimi” diante do luto. A vida é a vida, o lucro é uma vantagem que não cabe na urna de cremação. Esse é o sentido do esclarecimento como função permanente da escola e como conteúdo, natureza e forma do trabalho docente.

O fim da pandemia só pode ser pela saúde e pela educação/formação

A educação precisa ser avaliada: por que o obscurantismo se manifestou contra a razão na pandemia (“gripezinha”; “manada”, etc.)? Criticar e avaliar a educação é preciso: Avaliação educacional, da aprendizagem e da formação humana. Onde foi o erro? Se o erro é a mãe do acerto, onde a educação e a escola estão errando? A escola precisa assumir-se como farol da razão, como instituição da práxis reiterativa e da práxis criadora. Avancemos para a leitura de mundo e a escola brilhará. É a apropriação da condição humana que cria a razão e dar-lhe sentido: a estética da vida.

Razão e Ética: binômio inseparável da identidade do professor

O professor do futuro: Ensinar a razão com amor no coração. O amor solidário, livre, o amor de classe. Qual é o pertencimento do professor no seio da sociedade dividida entre a classe que vive do próprio trabalho e a classe que vive do parasitismo do trabalho alheio? A sua resposta é também a resposta da materialidade do amor pelo seu ofício, o senso estético e o caráter ético da sua profissão.

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