Natal: o que celebramos?

No dia 25 de dezembro comemoramos o Natal, feriado religioso. No Brasil, tal como no Ocidente de modo geral, a data está relacionada à tradição católica de nascimento de sua figura mais importante. Nas igrejas católicas orientais e ortodoxas que seguem outro calendário, o Juliano, a data é celebrada em 7 de janeiro. Nas demais culturas como as islâmicas, budistas, judaicas, hinduístas, taoístas e xintoístas, devido a influência comercial, as comemorações têm caráter de confraternizações.

As celebrações estão ligadas ao solstício de inverno no hemisfério norte dos povos antigos, dia em que a noite é mais longa do ano. Dali em diante, o sol fica mais tempo no céu até o ápice do verão. Simbolizaria, assim, a virada das “trevas para a luz”, o “renascimento” do sol e a fertilidade do solo. Na Roma antiga, o Deus Sol (Natalis Invicti Solis) era o homenageado juntamente com as festividades de folia e troca de presentes do festival Saturnália, em homenagem ao Deus Saturno (responsável pela agricultura). Nas festas germânicas, ao norte da Europa, grandes fogueiras de pinheiros eram acesas no centro da aldeia no festival de Yule. Acreditava-se que Odin (Deus Chefe) montado num cavalo voador mágico concedia presentes ao seu povo.

Com a consolidação do cristianismo como Igreja Estatal do Império Romano, no fim da antiguidade e Alta Idade Média (séc. IV ao VI), as festividades foram apropriadas e oficializadas como Natale Domini (Natal do Senhor). O objetivo era o enfraquecimento das religiões “pagãs” e o estímulo à conversão à religião oficial.

A figura do Papai Noel foi apropriada em torno de um bispo caridoso com os marginalizados do século III, São Nicolau. Com o surgimento das religiões protestantes no séc. XV, outras simbologias foram destacadas, como o hábito de enfeitar árvores. Posteriormente, com a Revolução Industrial (séc. XVIII), a imagem do Papai Noel foi formulada para estimular as vendas, o qual teria inspirado a imagem do senhor simpático que vendia a Coca-Cola.

As festividades de Natal, portanto, remontam as celebrações do “renascimento” do sol, da agricultura e das lutas pela sobrevivência dos povos antigos, marcadas pela esperança, pelo encontro, solidariedades e troca de presentes.