Três brasileiros – todos nascidos em Santa Catarina – foram condenados, em primeiro grau, no Foro de Siracusa, no sul da Itália, por irregularidades em processos imigratórios e/ou para obter cidadania e passaporte italianos. Os três trabalhavam em uma assessoria na cidade de Augusta, na Sicília. Eles já tinham sido presos temporariamente em 2017.
Os condenados são Cleber Zanatta, com pena de seis anos e oito meses; Sabrina dos Santos (esposa de Cleber), três anos e quatro meses; Diego Zanatta (irmão de Cleber), pena quatro anos.
De acordo com a acusação, os três cobravam por seus serviços e, nessa condição, ajudaram cerca de 500 brasileiros a obterem a cidadania italiana de maneira ilícita. Segundo a denúncia, os irmãos pagavam a funcionários públicos algumas centenas de euros por processo, para facilitar o procedimento.
Além dos brasileiros, também foram condenados três funcionários públicos italianos. A sentença apontou crimes de corrupção e favorecimento à permanência ilegal de cidadãos estrangeiros em território italiano. Não há trânsito em julgado.
A Itália tem fechado o cerco a quem faz esse tipo de procedimento ilegalmente – e a quem se beneficia dele. Em 2017, o município de Ospedaletto Lodigiano, situado na região da Lombardia, no norte da Itália, divulgou uma lista de 899 brasileiros que tiveram a cidadania italiana cancelada. Na listagem, havia nomes de pessoas naturais de Porto Alegre.(Com informações são da Agência Italiana de Notícias).
Apelo do consulado em Porto Alegre
Em abril último, o Consulado Italiano em Porto Alegre fez um apelo no Facebook, pedindo que os descendentes não fossem à Itália fazer a cidadania:
Atenção! Apelo a todos os descendentes de italianos residentes no RS! Não viajem à Itália para obter a cidadania italiana com ´residência breve´! A lei não prevê o tempo mínimo de permanência para a definição do termo ´residência´. Vários assessores ´espertos´ aproveitam desta área cinza. Lembramos, porém, que ´residência´ é um conceito que implica estabilidade. Fonte: Espaço Vital.