Certamente, não seria possível transferir de ontem, do tempo de Jesus, à atualidade, a vivência evangélica.
Aqueles eram dias especiais e as circunstâncias se apresentavam diferentes por motivos históricos, sociológicos, psicológicos.
Os tempos possuem suas próprias características, que são trabalhos que resultam de suas aquisições estruturadas no progresso moral e cultural, que lhes assinala cada século.
No entanto, os ensinamentos de Cristo, têm um sabor especial, porque foram oferecidos para todas as épocas, apesar das conquistas e desgraças de cada período da evolução histórica dos povos.
A lei de Amor, por exemplo, é de valor eterno, já que se fundamenta na lei natural, aquela que representa a criação e, portanto, a Divindade.
Dela surgem todas as outras leis que permitem o progresso, o crescimento, a evolução da vida.
Quando o conhecimento ama, impulsiona o ser à valorização de todos os seus recursos, que são aplicados para a superação das paixões primitiva, que intencionam manter o homem nas baixas etapas do desenvolvimento moral e intelectual.
Quando o conhecimento não ama, enlouquece a criatura humana e a guerra dirige o comportamento da Humanidade, que semeia a morte, a miséria, e a destruição pelos caminhos cobrindo-os de cadáveres e de desolação…
Enquanto isso, há inumeráveis desafios que surgem a cada momento diante de quem, encontrando o conhecimento da Verdade, luta para crescer e avançar para o bem.
Como existe, no homem, o predomínio dos instintos agressivos: A violência, a luxúria, a maledicência, o ciúme e o ódio, a cada passo, provocam sua queda, correspondendo a esse estudante de si mesmo superar suas más inclinações e seguir animado pelos propósitos elevados do dever, do amor, do perdão e da caridade que dele se irradiarão em todas as direções, modificando a paisagem de dor e luta onde se encontra e convidando-o a servir e a progredir moralmente.
O espiritista é o conhecedor da verdade, pois sabe, por experiência intelectual, emocional, e prática, que a vida continua, abrindo-se feliz depois do túmulo, impondo-se ao ser que transpõe indestrutível, a porta da morte, com valor e dignidade…
Com essa certeza, inicia, em seu próprio eu, um trabalho de pacificação íntima, um esforço de fraternidade, um compromisso com a vida, ajustando em sua vida uma conduta pessoal rígida, que é uma repetição do comportamento cristão primitivo que tem aplicação em todas as épocas da História…
O amor impulsiona à grandeza moral e domina as tendências ancestrais do primitivismo, desconcertantes e prejudiciais, que encarceram a selvageria…
Meta e meio para a conquista dos títulos da sabedoria e libertação, o amor abre as portas ao homem para sua plenitude espiritual.
Por isso, diante das conquistas tecnológicas modernas, o espiritista se converte no elo de amor entre a inteligência alucinada e os sentimentos controvertidos, exemplificando em todas as situações, com nobreza de alma, mediante a aplicação de seus dons intelectomorais – síntese do verdadeiro progresso – que representam a mais preciosa conquista para fazê-lo realmente feliz, construindo, ao seu redor, e em si mesmo, o templo da paz e do bem, com esse amor que manifesta o pensamento de Deus no Universo, vivificando-o inteiramente.
Livro: RUMO ÀS ESTRELAS. Espíritos diversos – Miguel Vives y Vives (Espírito). Psicografia Divaldo Pereira Franco. Instituto de Difusão Espírita. Araras SP. 1ª ed. 1992.
Manoel Ataídes Pinheiro de Souza. CEAC. Guaraniaçu – PR. manoelataides@gmail.com