ESPIRITISMO E EQUILÍBRIO

Agora que a Doutrina dos Espíritos visitou seu íntimo, você se demora deslumbrado ante as novas perspectivas da vida na Terra.

                Horizontes mais amplos. Comunhão com a Espiritualidade Superior. Concepções novas e grandiosas. Amigos multiplicados ao milagre da fraternidade legítima. Vastos campos para realizações nobres.

                Serviços edificantes em toda parte.

                Não se esqueça, entretanto, do equilíbrio no entusiasmo, para que o arrebatamento momentâneo não o conduza às regiões do desânimo.

                Convicção espírita não é passaporte gratuito para a santificação. Nem significa doação da graça divina a privilegiados, nem traduz presídio para a liberdade dos ideais. É aumento de responsabilidade para a alma, em relação à própria vida. Expressa renascimento moral, na caminhada física já empreendida.

                A crença comum é apenas notificação da Imortalidade em informações de alertamento. A crença espírita é afirmação da vida imperecível para maior realização do espírito no caminho da evolução.

                Por esse motivo, nem precipitação nem retardamento. A moderação na atitude, com trabalho contínuo, é o melhor mecanismo para a justa execução dos compromissos retos.

                Poupe-se às transformações radicais no clima das suas realizações. Mudanças abruptas produzem danos graves. Execute os misteres que o Espiritismo lhe reserva, cautelosamente a princípio, para manter segurança depois.

                Não esqueça de construir, no interior da sua alma, os alicerces seguros para os graves embates e as complexas atividades que virão mais tarde.

                Examine as próprias possibilidades e, através de um programa de estudo bem conduzido, procure penetrar o âmago da Doutrina.

                Não se deixe apaixonar. O ardor emocional altera a face dos fatos e adultera os acontecimentos.

                Não tenha a preocupação de fazer muito. Procure fazer bem alguma coisa…

                Guarde a ponderação em atos e palavras, não criticando a morosidade dos “velhos” trabalhadores. Respeite, neles, os heróis da fé nos dias do desbravamento, como bandeirantes da mensagem nova.

                Confie na Providência Divina e não se julgue indispensável ao movimento que ora o acolhe. Tenha em mente que a Doutrina Espírita não necessita dos homens para atingir os nobres fins a que se destina. É Doutrina dos Espíritos.

                Lembre-se de que Espiritismo é Pão Eterno. Receba-o com respeito e alimente-se com cuidado, para que não seja acometido pelo enfartamento gerado no abuso, ou pela insaciabilidade nascida na negligência.

                Muitos companheiros receberam, na Doutrina Espírita, a claridade eterna da vida; no entanto, pouco ou quase nada realizaram em favor da libertação íntima, palmilhando lances repetidos da mesma experiência fracassada, entre desesperos e inquietações. Outros perdem-se ainda nos subníveis da vida, embora com roupagens reluzentes e aparências respeitáveis, por não desejarem enfrentar a realidade que você agora encontra.

                Uns desejam acomodar-se na nova fé. Outros pretendiam que a fé se acomodasse a eles…

                Evite os extremos na sua definição espírita: nem fanatismo, nem conivência.  Mantenha, porém,  uma convicção que se irradie em serviço positivo para todos…

                Em todos os momentos, mantenha a certeza de que o bem pertence ao Senhor e a Vitória é sempre dEle, cabendo-nos o dever de realizar sempre o melhor ao nosso alcance, procurando libertar-nos do mal e compreendendo que o Sublime Condutor nos aguarda até hoje, sem pressa, numa extraordinária lição de equilíbrio, até o momento em que possamos realizar o Reino Divino em nós próprios.

Livro À LUZ DO ESPIRITISMO. Vianna de Carvalho (Espírito). Psic. De Divaldo Pereira Franco. LEAL – Livraria Espírita Alvorada. Salvador – BA. 3ª Ed. 1992.

Manoel Ataídes Pinheiro de Souza – CEAC – Guaraniaçu – PR – manoelataides@gmail.com         

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