O orgulho, esse impiedoso algoz da criatura humana, é o responsável por incontáveis danos contra o indivíduo, assim como em relação ao grupo social, no qual se encontra inserido.
O orgulho é um dos filhos espúrios do egoísmo, gerador de transtornos emocionais no ser que lhe é vítima. É o adversário da humildade que deve exornar os Espíritos, reconhecendo a própria pequenez ante a majestade da Criação.
O orgulho é vã cegueira do personalismo humano, que denigre os valores de conquista do ser profundo que se é. O indivíduo orgulhoso faz-se ridículo na sociedade, por atribuir-se valores e merecimentos que realmente não possui, exibindo uma soberba quase patológica, que inspira antipatia, quando não uma declarada animosidade.
Ressumando prepotência, perde o contato com a realidade, vivendo em um mundo imaginário, que jamais se tornará realidade.
Resultado de fixações infelizes durante experiências transatas, quando funções relevantes, de que não se pôde liberar com equilíbrio, ou de quando vivenciou posições de destaque, pelo impositivo dos contextos sociais injustos, pensa que ainda se encontra na condição em que desfrutava de privilégios e comodidades especiais, cuja herança prejudicial deveria ter ficado no pretérito.
Não é, porém, a posição social, nem são as circunstâncias políticas, religiosas, econômicas, as geradoras de genialidade, que tornam os Espíritos que passaram pelas suas experiências, que se fazem responsáveis pelos orgulhosos e soberbos. São eles próprios, atormentados em conflitos psicológicos e aflições morais que, nas situações denominadas como de nobreza, em face da bajulação dos débeis de caráter, deixam-se engolfar pelo orgulho, tombando, lamentavelmente, na falência espiritual… muitos espíritos renascem na pobreza, vivendo situações deploráveis, e mantém o orgulho e a soberba como recurso de autovalorização, dificultando-se a oportunidade de crescimento interior e de paz…
Por outro lado, Espíritos de escol reencarnam-se nessas denominadas classes menos favorecidas, padecendo injunções dolorosas e aflições contínuas, não lhes constituem impedimento para que alcancem a meta a que se dedicam, impulsionando a sociedade para os elevados patamares do progresso.
Siddarta Gautama, por exemplo, nasceu em berço de ouro…, optando pela renúncia a tudo, quando compreendeu a transitoriedade da vida física e dos seus valores, defrontando a miséria, a doença, a velhice e a morte, como elementos constitutivos da existência terrena, elegendo o caminho do meio, do equilíbrio, para alcançar-se a felicidade.
Jesus, por sua vez, elegeu a manjedoura e carpintaria de José, para modificar a estrutura do pensamento humano e apresentar o programa de libertação real através do amor, que exemplificou até a morte hedionda a que se submeteu…
O orgulho, portanto, é morbo que mata aquele que lhe serve de hospedeiro.
A sua perversidade impõe solidão a quem o experiencia, por desconhecer a felicidade que decorre da convivência saudável com as demais pessoas. Manifestando-se como fator de autossuficiência, enregela os sentimentos de amor e de compaixão, ressecando a alma…
Livro: ILUMINAÇÃO INTERIOR. Joanna de Ângelis (Espírito), psicografia de Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada Editora. Salvador. BA. 3ª Ed. 2015. Págs. 155