Responsabilidade moral (cada um escolhe suas companhias espirituais)

Com o tempo se acentua e vulgariza uma crença negativa entre alguns espiritistas com má formação doutrinária, que é a transferência de responsabilidade em determinados  acontecimentos, dando a culpa aos Espíritos desencarnados…

            Não há dúvida de que os Espíritos intervêm em nossas existências, mas não só os maus e ímpios, mas também os bons e justos, os educadores e benfeitores…

            No entanto, como a violência não pertence à Divindade, o livre arbítrio do homem é sempre respeitado, podendo escolher moral e psiquicamente as companhias espirituais que lhe comprazem por meio de sua própria conduta.

            As leis de sintonia – semelhante com semelhante – estabelecem os vínculos automáticos de quem, encarnados ou não, se identificam, atraindo-se ou repelindo-se, em razão das afinidades fluídicas…

            A responsabilidade moral é uma das características evolutivas do ser, já que responde pelos direitos e deveres que o homem possui livremente, quer dizer a consciência de reconhecer-se autor de seus atos e sofrer suas inevitáveis conseqüências.

            Assim, o homem tem responsabilidades externas – social e civil, jurídica ou legal – e internas ou morais…

            A responsabilidade moral se assenta em duas condições essenciais, que são: Conhecimento e liberdade.

            Como conseqüência de tal responsabilidade moral, o homem colhe os méritos ou deméritos que lhe oferecem a ascensão ou queda em seu processo de crescimento espiritual.

            Se tem feito sofrer e não se libera da dívida, permanece receptivo ao resgate que a vida lhe imporá e, nesse momento, seus credores espirituais podem perturbar-lhe o comportamento, conduzindo-o, inclusive a estados obsessivos.

            Porém, a Divindade não necessita de justiceiros que tomem as leis em suas mãos para que estas se cumpram…

            Há mecanismos de regularização que sempre alcançam os devedores por meio do amor ou da dor, não precisando da ingerência pessoal de ninguém que, ao fazê-lo, cai, por sua vez, no mesmo erro que pretende cobrar de seu adversário…

            Assim mesmo, quando se sucumbe sob uma ação destrutiva, projetada e conseguida por Espíritos maus, (inferiores), não se deve culpar, senão a si mesmo, por haver oferecido receptividade a suas idéias perturbadoras, que deveriam ser rechaçadas com as forças morais, antídoto natural contra todas as influências perniciosas.

            O Espiritismo é a Doutrina que impulsiona seus adeptos ao aperfeiçoamento moral para evitar que estes deixem pelo caminho percorrido, pegadas negativas de sua caminhada, pois, conscientes de todas suas responsabilidades, especialmente daquelas de natureza moral, que se ampliam em razão de suas contínuas conquistas rumo à libertação total dos atavismos inferiores, dos instintos primitivos, e lhes permite a conquista da intuição, que é o passo imediatamente superior da razão, para alcançar a sabedoria: A culminância do Amor e do Conhecimento.

           

Livro: RUMO ÀS ESTRELAS. Diversos Espíritos. Amalia Domingo Soler (Espírito). Psicografia Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada Editora. 1ª ed. Salvador. BA. 1992.

Manoel Ataídes Pinheiro de Souza. CEAC. Guaraniaçu – PR.  manoelataides@gmail.com

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