Desmonte do meio ambiente ou desmonte da agricultura?

A prosa de hoje é sobre a disputa em torno da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), empresa pública com presença em todos Estados e DF, capacidade para estocar diversos produtos agrícolas e garantir o suprimento alimentar da população. O embate se deve à mudança ocorrida no dia 23/01/2023, que vinculou a CONAB ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), retirando-a da alçada do Ministério da Agricultura. Segundo informações do “site” institucional da CONAB: “Sua missão é prover inteligência agropecuária e participar da formulação e execução de Políticas Públicas, contribuindo para a regularidade do abastecimento e formação de renda do produtor rural.” Quanto a sua importância, as informações do mesmo “site” complementam:

“… possui importância estratégica ao oferecer ao Governo Federal informações técnicas para embasar a sua tomada de decisão quanto à elaboração de políticas voltadas à agricultura. Para isso, fornece informações detalhadas e atualizadas sobre a produção agropecuária nacional, por meio de levantamentos de previsão de safras, de custos de produção e armazenagem, de posicionamento dos estoques e de indicadores de mercado, além de estudos técnicos que viabilizam a análise do quadro de oferta e demanda, dentre outros dados; tem a responsabilidade de executar estratégias de inclusão social, que são adotadas pelo Governo Federal, com ênfase na geração de emprego e renda. Ela também participa, como órgão executor, de programas e ações governamentais que contribuam para o bem-estar de comunidades que estejam em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Pelo descritivo acima, fica claro o papel da e a importância econômica e social da CONAB para o país.
Com a alternância de Governo, e todas as mudanças nos ministérios, chefias, diretorias e agências dela advinda, a CONAB não é a única que sente essa dança das cadeiras. E nessa dança, permanecemos especialistas em separar a agricultura, seja ela a do pequeno ou do grande produtor, do meio ambiente. Continuamos com a nossa falta de empatia habitual, impondo nossas razões e passando por cima de quem discorda. Preferimos o embate das ideologias, e a agricultura e o meio ambiente que continuem em oposição.