Terra não se vende, só se compra?

Apesar da queda de preços que o soja vem sofrendo em 2.023, os preços das áreas mecanizadas permanecem sendo negociadas pelos mesmos preços referenciais em sacas por alqueire, foi o que essa coluna levantou na última semana junto a imobiliárias da região.

O salto no preço da oleaginosa no final de 2.019 e começo de 2.020 influenciou a subida de preços em cerca de 50%. Antes desse aumento, áreas mecanizadas que eram negociadas por cerca de 1.300 sacas por alqueire, passaram a ser negociadas a partir de 2.000 sacas por alqueire, informou Isaque Galvagni, proprietário da R&D Corretores de Imóveis.

Esse aumento também aconteceu ao observarmos o levantamento anual feito pelo Departamento de Economia Rural – DERAL da Secretaria de Agricultura e Abastecimento – SEAB, para o preço de terras agrícolas praticadas na região da Cantuquiriguaçu. Esta coluna tabulou os dados do DERAL no período de 2.017 a 2.023, considerando o preço médio de terras agrícolas (Terras Cultiváveis, Grupo A, Classes I, II, III e IV, sendo I sem problemas de conservação do solo e IV com maiores problemas de conservação).

Confira no gráfico abaixo:

Observa-se que nesse intervalo de tempo, os preços médios de terras cultiváveis subiram de R$ 31.059,17/ha em 2.017, para R$ 92.392,50/ha em 2.023, um aumento de quase 3 vezes.

A atual escassez no mercado de áreas com logística que facilite o deslocamento do maquinário e com mecanização na faixa de 80% do total da propriedade, pode levar os preços a 2.500 sacas por hectare, observou o corretor Leandro Tonial.