CANDIDATOS COM IDEIAS NOVAS?

Com idade entre 60 e 74 anos, os possíveis candidatos à Presidência são os mais velhos da nossa história. Em 2018 o eleitor precisa identificar os que casualmente poderão ter ideias novas. Se não tivermos surpresas, existe uma certeza e uma grande dúvida sobre a corrida presidencial de 2018. A certeza é que não ganhará a eleição um candidato novo. Nenhum Fernando Collor de Mello como em 1989, que decepcionou os brasileiros. Hoje a idade média dos que freqüentam as bolsas de apostas e as simulações dos institutos de pesquisas é 67 anos; a mais alta de todas as campanhas presidenciais da história republicana de nosso país. Nas 22 campanhas diretas “descontando as ditaduras”, desde 1894, em apenas cinco a faixa etária média dos candidatos superou 60 anos. Nunca passou de 63. Na última campanha, a média foi 59 anos. Pela primeira vez na história talvez não tenhamos um único candidato na faixa dos 50 anos. Os mais jovens já se tornaram sessentões: Ciro Gomes em 6 de novembro, João Dória, que não parece ter tanto, em 16 de dezembro e, Marina Silva, em fevereiro de 2018. Jair Bolsonaro estará com 63 na eleição, Geraldo Alckmin, com 65. A presença de candidatos mais jovens como Rodrigo Maia, que terá em 2018, 48 anos e o apresentador Luciano Huck, que completará 47 anos um mês antes do primeiro turno, por enquanto é só mera especulação. Na lista também estão e pela primeira vez, quatro candidatos acima de 70 anos: Lula, Cristóvam Buarque e Álvaro Dias, que já anunciaram a intenção de disputar, mais Henrique Meirelles, que alguns enxergam nele credenciais para concorrer, se a economia melhorar. Trata-se de um grupo mais testado de todos os tempos, gente que na média, pediu votos pela primeira vez há mais de trinta anos. O recordista é Álvaro Dias, eleito vereador em Londrina em 1968. Há duas exceções: Joaquim Barbosa, presente em algumas simulações de pesquisa, nunca concorreu a nada e Dória, que estreou no ano passado nas eleições municipais de São Paulo. Lula concorreu cinco vezes e venceu duas, e já tentaram o Planalto: Alckmin, Ciro Gomes, Cristóvam Buarque, Eduardo Jorge e Marina Silva. Se Ronaldo Caiado entrar no jogo, ele foi candidato em 1989. A grande dúvida: se não será a eleição de um candidato novo em 2018, poderá ser a eleição das ideias novas? Nas sete campanhas desde a redemocratização, sobraram agressões, acusações e promessas vazias feitas pelos presidenciáveis. Faltaram propostas sérias para os conhecidos problemas nacionais: saúde, educação, segurança pública, atribuições do Estado, carga tributária, burocracia, investimento em infraestrutura e outros tantos pontos de uma lista conhecidíssima. Tudo, sempre foi debatido de forma mágica. A Previdência está quebrada? Sanearei. A inflação está alta? Baixarei. Faltam empregos? Empregarei. A corrupção é um problema? Combaterei. Discutiu-se o que fazer, ignorou-se o como fazer. “O que” é o espaço da criatividade, “o como”, o da responsabilidade. E é aí que pode estar um novo candidato. Sério? Achamos que sim. A menos de um ano, em agosto de 2018, acontecem as convenções partidárias e, aquelas costuras. Dois meses depois, em outubro, perto de 150 milhões de brasileiros estarão aptos de ir às urnas com a missão de votar seis vezes: para governador, deputado estadual, deputado federal, para duas vagas de senador e para o cacique dessa disputa, o presidente da República. O candidato à Presidente pode ser até idoso, mas que tenha ideias novas, que não só identifique os problemas, mas descreva claramente as soluções que irá adotar. Precisamos de alguém que tenha jogo de cintura para formar maioria no Congresso. Lá estão feras que estão sendo investigados por corrupção. Precisamos de um presidente que dialogue com governadores, que enfrente as pressões sem fraquejar. Pesquisadores e cientistas políticos afirmam que o brasileiro quer votar em alguém novo e com novas ideias, só que até agora não surgiu nenhum. Macron, eleito presidente da França aos 39 anos. Já está na hora de se apresentar alguém parecido. Ou não?

Deixe um comentário