Ninguém Tem maior amor do que aquele que dá a vida pelo próximo (João, 15,13).
Maximiliano Maria Kolbe, nascido Rajmund Kolbe, na localidade de Zdu?ska Wola, Polônia, em 08 de janeiro de 1894, foi um missionário franciscano que morreu como mártir no campo de concentração nazista de Auschwitz, tomando o lugar de outro prisioneiro, Franciszek Gajowniczek. Kolbe foi canonizado pelo seu compatriota, o Papa João Paulo II, em 10 de outubro de 1982. Frei franciscano conventual, Padre Maximiliano estava recolhido a uma das prisões de Auschwitz como outros 320 presos trazidos de Varsóvia em 28 de maio daquele ano de 1941, identificado sob o número de 16670.
Sorteados para morrer de fome e sede, em fins de julho com um dos presos conseguira fugir (foi encontrado mais tarde afogado numa latrina). Em represália, o responsável daquele campo de concentração separou dez presos que deveriam morrer de fome e de sede, trancafiados num porão daquela masmorra. Enfileirados, ele – o chefe – estava tirando o décimo da fila até completar a cota dos sorteados para morrer.
Padre Kolbe não tinha sido um dos sorteados, mas ofereceu-se para o lugar de Franciszek Gajowniczek que desesperado, gritava: minha pobre mulher e meus filhos não vão mais voltar a me ver.
O implacável e sádico subcomandante vendo Kolbe vindo em sua direção prontamente sacou a arma e gritou: alto, o que quer esse polaco sujo? O religioso, magro e pálido, apenas disse: quero morrer em lugar daquele. Warum? (Por que?) Retrucou o chefe, e Kolbe: já sou velho e não sirvo mais para nada. Cada vez mais pasmo, o chefe falou: e por quem você quer morrer? E, indicando Franciszek: por aquele que tem mulher e crianças. E o chefe, agora ainda mais curioso: mas quem é você? Resposta de Kolbe: Sou um padre católico. Injeção letal. Após duas semanas de fome e de sede, apenas quatro dos dez restavam vivos, no escuro e fétido porão, três deles já inconscientes. Kolbe, contudo, continuava lúcido. Finalmente, os que ainda estavam vivos receberam o golpe final da lenta agonia: Uma injeção de ácido fênico para desocupar a cela.
Frei Kolbe – conta Bruno Borgowiek, um dos auxiliares do médico da prisão – com uma prece nos lábios, ofereceu ele próprio, o braço ao algoz. Eu não pude resistir. Meus olhos não quiseram mais ver. E sob pretexto fugi. Era 14 de agosto de 1941, os restos mortais do religioso franciscano foram cremados em 15 de agosto, festa da Assunção de Nossa Senhora. Frei Kolbe foi canonizado em 10 de outubro de 1982, na presença de Franscizek, aquele que tinha sido sorteado para morrer.
Kolbe é visto como padroeiro especial das famílias em dificuldade, dos que lutam pela vida, da luta contra os vícios, da recuperação da droga e do alcoolismo. E também é padroeiro dos presos. Em julho de 1998, a Igreja Anglicana ergueu uma estátua de Frei Kolbe em frente a Abadia de Westminster, em Londres, como parte de um conjunto monumental dedicado a memória dos dez maiores mártires do Século XX.
E por quem você quer morrer? Por aquele que tem mulher e crianças. Mas quem é você? Sou um padre católico.
Frei Maximiliano Kolbe.
(Matéria do jornalista Hugo Hammes)