Os mesmos rostos na fila

Acompanhando todos os meses minha esposa, quando ela recebe seu benefício do INSS, entrando junto em uma longa fila. Uma ou outra vez surge algum problema que só um funcionário do banco resolver. Quase sempre demorava um tempo. Este problema, acredito, foi eliminado pelos caixas em farmácias, supermercados, enfim, pelos correspondentes de bancos. Mas antes era assim, mesmo. Recebido o benefício o próximo passo é ir pagar a farmácia. Lá encontramos no caixa em fila, as mesma pessoas, os mesmo rostos… isto confirma, que o aposentado (a) é um cliente fiel, que todos os meses faz a alegria das farmácia. Medicamentos que deveriam todos, todos sem exceção, ser oferecidos pelo SUS. Basta ter uma doença mais complicada, o médico receita o medicamento, e nestes casos nem todo se encontram na Farmácia Popular. Comigo, acontece todos os meses a mesmíssima coisa. Mas é também o comércio em geral que se alegra com o dinheirinho dos aposentado, com o cheque do leite, o salário do funcionalismo público, o salário das empresas e produção agrícola. É assim que gira uma cidade, um município, um estado. É o suor de todo um povo. São cenas que se repetem todos os meses, e os mesmo rostos…

A importância da participação familiar

A família é a célula mãe de toda formação. E a escola deve – deveria – ser apenas uma instância educativa. Mas não é mais assim e a escola hoje tenta suprir a ausência dos pais. Por vivência, nas escolas que mantêm jardim de infância, vemos os pais ou responsáveis trazerem as crianças a partir dos três anos, às sete e meia da manhã, e só busca-las às sete da noite em alguma escolas que, além das atividades de manhã, aulas de tarde, ainda fazem um turno estendido para pais que têm que ficar no trabalho. Nestes casos, sobra pouco tempo para os filhos que nessa hora já estão cansados.

Nos fins de semana, há a possibilidade de um convívio melhor numa praça, com jogos, brincadeira. Mas isso dá trabalho. Os pais estão cansados e preferem levar os filhos para um shopping onde há distrações prontas para entretê-los, se a cidade for maior, um lanche no Mc Donalds, comprinha aqui e ali e… retorno para casa onde cada um vai ao seu cantinho.

Infelizmente, em muitas realidades familiares, as crianças têm muito pouco contato afetivo e efetivo com os pais. A escola faz o melhor que pode. Mas nunca vai substituir a família. Fica um vazio na educação das crianças que vivem este regime. Concluindo, numa outra escola possível se faz urgente uma outra família possível para que o todo educativo possa acontecer.

A meta de toda boa escola é que o aluno, ao concluir o ensino, saia alguém dotado de valores e conhecimento que o instrumentalize e lhe dê condições de interferir no mundo de forma ética. E que o universitário, ao se formar, tenha vontade de disponibilizar os conhecimentos adquiridos a serviço do outro, da comunidade e do mundo: em que, e como, enquanto médico, psicólogo, engenheiro, professor, posso melhorar o mundo?

Na escola, todos são educadores 

O espírito coletivo deve permear o ambiente total. Não adiantaria apenas os professores com essa postura se na outra ponta se fizer bobagem. Todo aquele que tem contato com alunos e a família é educador, isso inclui desde os funcionários da segurança, da portaria, da secretaria e etc. Todos devem estar imbuídos do mesmo espírito de educador dentro de suas atribuições.

Essas reflexões já são despertadas nos pequeninos. O grande papel da escola é levar o aluno a reflexão, à tomada de consciência. E isso redunda em saber. O aluno não é apenas um consumidor de conteúdo: vai aprender a refletir sobre esse conteúdo e aprender saber se posicionar. (Fonte: Livro da Família)

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