Ucrânia, terra de sangue (parte 2)

Colunista no Correio do Povo desde 2004…

Entre 1932 e 1933 milhões de ucranianos pereceriam por causa da maior fome em massa artificial da história, furto do processo de coletivização da terra levado a cabo pelos russos, então dominadores.

Comandaram a execução de donos de propriedades rurais e a deportação de dezenas de milhares de camponeses rebelados contra a estatização do pouco que lhes pertencia. Confiscaram milhões de toneladas de grãos, cortando o circuito da economia agrícola da Ucrânia, afim de alimentar a Rússia.

A fome em massa dos ucranianos era na verdade uma prova do triunfo do socialismo, porque obra de sabotadores capitalistas, que escondiam a imensa quantidade de grãos produzido pela coletivização. Pais e mães enlouquecidos diziam a seus filhos que, uma vez mortos, os seus corpos poderiam ser levados por eles.

Ao final, 3 milhões de ucranianos morreriam de inanição naquele ano. A fome na Ucrânia foi definida como o “o exemplo clássico do genocídio soviético”.

Depois do chicote de Stalin, o flagelo de Hitler, a partir da ocupação de 1941. O ditador nazista enxergava na Ucrânia a “a parte mais valiosa da União Soviética”, porque “isso impediria que houvesse fome na Alemanha, como na guerra precedente”.

Os nazistas decidiriam dar continuidade à política de coletivização da terra, graças, justamente, aos seus resultados desastrosos. Agora a intenção era mesmo matar os ucranianos de fome utilizando método soviético, que na teoria, deveria ter ocasionado fortuna para todos.

Hitler queria arrasar as grandes cidades e, inclusive, demolir a capital do país, a hoje subelevada Kiev, e só não o fez porque isso significaria atrasar o avanço do exército alemão em direção ao leste.