Por Carolina Orsi Vieira Marcolin, Fisioterapeuta Pélvica e Ortopédica. Especialista em Pilates e Treinamento Funcional para Gestantes.
Constipação intestinal, intestino preso, intestino preguiçoso, intestino lento,… algumas das inúmeras maneiras usadas pelo paciente ao se referir ao seu ritmo intestinal, na imensa maioria das vezes sem entender porque demora tanto ir ao banheiro para defecar.
Constipação intestinal é definida de acordo com o consenso de Roma III, que se baseia nos 6 critérios:
1- Esforço ao evacuar;
2- Fezes endurecidas ou fragmentadas;
3- Sensação de evacuação incompleta;
4- Sensação de obstrução ou bloqueio anorretal;
5- Manobras manuais para facilitar as evacuações;
6- Menos de três evacuações por semana;
Mais de 20% de toda população feminina sofre com algum grau de constipação. Entre as gestantes esse valor é superior aos 40%. As causas variam desde não respeitar o desejo de defecação (não ir ao banheiro na hora que sente vontade), intestino preguiçoso, dieta inadequada, hemorroidas e fissuras, anismo (incoordenação da musculatura do assoalho pélvico), megacólon (distensão e perda da sensibilidade da ampola retal).
A terapia comportamental é de extrema importância no tratamento da constipação. Praticar exercícios físicos, consumir fibras, aumentar o consumo de água, posicionamento correto para evacuar são grandes aliados para um bom funcionamento intestinal.
Além da parte comportamental, para evacuar eficazmente é necessário que a musculatura do assoalho pélvico seja devidamente relaxada. É relativamente comum encontrar mulheres cuja causa da constipação seja incoordenação muscular, ou seja, mulheres que para evacuarem deixam a musculatura do assoalho pélvico contraída, dificultando ou até impossibilitando a evacuação.
Essa situação de não relaxamento (especialmente do músculo puborretal), dificultando a evacuação, é conhecida como anismo. Conhecer e aprender a contrair e relaxar de maneira apropriada o músculo que está confuso normalmente é suficiente para resolver o problema.
A constipação intestinal é uma condição que deve ser tratada para evitar disfunções ainda maiores no futuro. Dor ao evacuar, sangramento não são normais e podem levar a prolapsos (bexiga caída, reto caído), devido ao esforço e a sobrecarga causada na musculatura do assoalho pélvico, além de fissuras, hemorroidas e sofrimento ao longo da vida. A pessoa constipada tende a consumir laxante regularmente, o que pode prejudicar ainda mais a função intestinal, podendo levar a desenvolver incontinência de flatos e fezes.
A fisioterapia pélvica é grande aliada no tratamento da constipação, utilizando-se de técnicas como a massagem elétrica intestinal, massagem transversa do cólon, técnicas de relaxamento e liberação de pontos gatilhos, treinamento de contração e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico, biofeedback, terapia comportamental e em alguns casos eletroterapia.
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