Colheita de trigo inicia com expectativa de 2,6 milhões de toneladas
Produtividade e qualidade são satisfatórias, mas preços seguem pressionados, com média de R$ 76 por saca — valor próximo ao do ciclo anterior
O Paraná deu início à colheita do trigo, principal cultura de inverno do estado. Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (SEAB), menos de 0,5% dos 833 mil hectares destinados à cultura foram colhidos nesta semana. A previsão de produção para esta safra, estimada em julho, é de cerca de 2,6 milhões de toneladas.
Nas áreas já colhidas, especialmente na região de Londrina, a produtividade está dentro da média, mesmo com os impactos da frente fria ocorrida no final de junho. A qualidade do trigo também está alinhada à classificação esperada pelas variedades escolhidas pelos produtores, sendo mais da metade da produção apta à classe ‘pão’ e o restante à classe ‘melhorador’.
Os preços médios do trigo estão em R$ 76,00 a saca, valor próximo ao obtido no ano passado, proporcionando margem positiva, ainda que moderada, aos produtores diante da desvalorização do dólar e da queda dos preços internacionais.
Segunda safra de milho avança
O boletim do Deral também registra que 80% da segunda safra de milho já foi colhida. Foram semeados 2,77 milhões de hectares, desempenho ligeiramente acima da média das últimas cinco safras. A boa produtividade está ligada ao plantio dentro do período adequado pelo zoneamento agrícola e às condições climáticas favoráveis durante julho e a primeira quinzena de agosto.O analista Edmar Gervásio destacou que a reta final da colheita confirma uma excelente safra, com remuneração satisfatória mesmo com preços inferiores aos registrados no início do ano.
Produção de frutas
O boletim analisou também a produção de frutas em níveis mundial, nacional e estadual. Em 2023, a produção mundial chegou a 1 bilhão de toneladas em 104 milhões de hectares, com destaque para banana, melancia, maçã, uva e laranja.No Brasil, foram produzidas 44,9 milhões de toneladas em 3,1 milhões de hectares, com destaque para laranja, banana, abacaxi, coco e melancia. No Paraná, a produção de frutas em 2024 atingiu 1,4 milhão de toneladas em 54 mil hectares, sendo as principais espécies laranja, banana, tangerina, melancia e uva. A maçã ficou em décimo lugar tanto no estado quanto no país.
Preços de leite e suínos
Os derivados lácteos registraram alta em julho. O leite longa vida atingiu R$ 5,04, aumento de 1,25% sobre o mês anterior, enquanto o queijo muçarela foi comercializado a R$ 52,52 o quilo, alta de 0,62%.No setor suinícola, o Japão foi o país que melhor remunerou a carne suína brasileira in natura no primeiro semestre de 2025, com preço médio de US$ 3,46 o quilo. Os principais compradores – Japão, Estados Unidos e Canadá – adquiriram maior volume de Santa Catarina, reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação há mais tempo.
Frango e ovos
As exportações brasileiras de carne de frango cresceram 1,5% em faturamento nos sete primeiros meses de 2025, totalizando US$ 5,609 bilhões frente a US$ 5,525 bilhões no mesmo período do ano passado. Em volume, foram 3 milhões de toneladas, sendo o Paraná responsável por 1,262 milhão de toneladas e faturamento de US$ 2,181 bilhões.A exportação de ovos aumentou 207,3%, passando de 9.818 toneladas para 30.174 toneladas, com receita cambial subindo de US$ 20,940 milhões para US$ 69,567 milhões (alta de 232,2%). Os Estados Unidos foram o principal destino, recebendo 18.976 toneladas (62,8%) e gerando receita de US$ 40,7 milhões.