Com retorno previsto para 22 de agosto, a Série Ouro do Campeonato Paranaense de Futsal pode ter, além de novo formato, outra revolução. A Federação Paranaense de Futebol de Salão (FPFS) propôs aos clubes a adoção de transmissão das partidas por streaming.
Segundo o assessor jurídico Eduardo Vargas, a entidade tem conversas com a mesma produtora responsável por levar aos torcedores as imagens da Liga Nacional e do Campeonato Catarinense de Futebol. “A Federação está atenta às dificuldades enfrentadas pelos clubes neste período da pandemia. Diante disso, estamos propondo uma padronização das transmissões da Série Ouro”.
A proposta do streaming foi apresentada na quarta-feira (8) e as 14 equipes que integram a competição teriam 24 horas para expressar um parecer.
Rádios
Em caso de aprovação, a plataforma seria a única a exigir imagens do Campeonato. “É provável que a empresa contrate profissionais e estrutura das cidades dos próprios clubes. Já é assim na Liga Nacional”, argumenta Eduardo Vargas.
Com isso, as rádios e demais veículos de comunicação seguiriam transmitindo os duelos por áudio.
Pacotes e valores
O torcedor teria a opção de comprar o pacote completo, tendo à disposição todos os jogos da elite estadual por R$ 59,90. Aquele que preferir adquirir as partidas avulsas pagaria R$ 10 em um jogo da 1ª fase, R$ 14 da 2ª, R$ 18 da 3ª e R$ 25 em confrontos da semifinal e final.
No ato do cadastro, o torcedor informaria o clube do coração, que receberia 1/3 do valor do pacote adquirido.
Segundo a Federação, os clubes não teriam despesas para com as transmissões. “Seria um compromisso com riscos assumido pela Federação”, garante.
Tendência
O projeto, por enquanto, compete à Série Ouro, mas pode ser adotado nas demais divisões num breve futuro.
“Alguns colegas de imprensa têm criticado este projeto. Inclusive, comenta-se que a Federação teria criticado a qualidade das atuais transmissões. Isso não é verdade. Estamos satisfeitos quanto a isso. Ocorre que o streaming é uma tendência mundial. É provável, por exemplo, que em 2024, quando o contrato da CBF com a tevê aberta findar, que o Brasileirão de Futebol passe a ser ofertado apenas neste novo formato. O projeto da Federação visa dar padrão à Série Ouro e, ao mesmo tempo, oferecer uma nova forma dos clubes faturarem. A intenção da FPFS foi apenas e tão somente possibilitar aos clubes uma nova forma de monetizar seu produto. Não houve qualquer insinuação quanto à qualidade das transmissões das emissoras que foram autorizadas pela FPFS.”
Clubes opinam
Igor Poffo, do São José dos Pinhais, está de acordo com a novidade apresentada pela FPFS. “Para o nosso clube, seria viável. Teríamos outro meio de arrecadação num momento em que as partidas devem ocorrem sem público, o que significaria não ter renda de bilheteria. Talvez para outra equipe, com particularidade diferente, não seja atraente, mas para nós é”.
O gestor do Campo Mourão, Anderson Hertz se posicionou contrário à proposta. “Neste ano, os clubes já fizeram acordos com a imprensa local para a transmissão. Nós, por exemplo, já recebemos por isso. Não podemos ‘trocar o pneu com o carro andando’. Como vou chegar e desfazer esse compromisso? E quem é sócio torcedor? Vai pagar a mensalidade e o streaming? A transmissão aberta, como é atualmente, dá visibilidade maior aos patrocinadores. Estamos há meses parados e, quando retornarmos, precisaremos voltar a dar retorno de mídia aos nossos apoiadores. Uma transmissão fechada reduz essa perspectiva. Sem falar que quem fez acordos para exibir os jogos dos clubes também investiu em equipe, em equipamentos. Quem tem a própria tevê consegue faturar mais do que com esse modelo. Vai na contramão do que ocorre no desporto nacional. O Flamengo recusou a transmissão da Globo. O caso da Liga Nacional é diferente pois nós nunca tivemos a exibição sob nossa responsabilidade”.