Após usar redes sociais para desacar morte de ativista americano, pedagoga da UFFS vira alvo de cancelamento; deputado promete entrar com representação criminal

Vídeo do deputado estadual Tito Barichello já tinha 109 mil acessos e 3700 comentários até ontem; “não vou bater tambor para maluco dançar”, rebate a própria

Uma publicação feita em rede social por uma pedagoga da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – campus de Laranjeiras do Sul, gerou polêmica nesta semana. A servidora pública, a qual vamos omitir o nome para evitar ainda mais confusão, gravou um vídeo onde aparece sorrindo e diz “E a pessoa que morreu lá nos EUA, essa semana, morreu porque defendia arma” e após teria escrito a frase: “Um fascista a menos no mundo. Como ele disse, armas protegem as pessoas. Nos protegeu”. 🙏 em referência à morte do ativista de direita Charlie Kirk, assassinado nos Estados Unidos por um extremista de esquerda. Chama a atenção especialmente o símbolo de gratidão ao final da frase.

Vídeo do deputado
O caso ganhou destaque após o deputado estadual Tito Barichello (PL) divulgar um vídeo denunciando e mostrando o vídeo e a postagem e classificando a atitude como “inadmissível, intolerante, odiosa, cruel e desumana”. Ele afirmou que vai representar contra a servidora junto ao Ministério Público pela prática de “apologia à fato criminoso”, crime previsto no Código Penal, e que pedirá a instauração de um processo administrativo visando sua demissão.“É inadmissível que uma funcionária de uma instituição de ensino, que deveria ser um espaço de respeito e formação, comemore publicamente a morte de alguém apenas por pensar diferente. Esse tipo de postura ultrapassa qualquer limite aceitável e não pode ser tratado com silêncio ou indiferença”, disse o deputado. No mesmo vídeo, a vereadora curitibana Delegada Tathiana (UNIÃO), reforça “não se trata de divergência política, mas se trata de humanidade”.

Presidente da Câmara se manifesta
Para o presidente do poder legislativo de Laranjeiras do Sul, vereador Jovanildo Viola ‘Juvinha’ (REPUBLICANOS), independentemente de divergências ideológicas ou políticas, a celebração da morte de alguém representa um grave desrespeito aos valores humanos, éticos e civilizatórios que devem nortear a sociedade.  “Manifesto meu profundo repúdio às manifestações de comemoração pela morte de qualquer ser humano, como ocorreu recentemente nas redes sociais, envolvendo a morte de Charlie Kirk. A vida deve ser sempre respeitada e tratada com dignidade, mesmo nos momentos de discordância. A liberdade de expressão não pode ser confundida com incitação ao ódio ou desprezo pela dor alheia”, disse.

Manifestação da servidora
Procurada pelo Jornal Correio do Povo do Paraná, a doutora e mestra em Educação, pedagoga há 15 anos na UFFS e servidora pública há 32 anos, disse que não pretende se manifestar publicamente sobre o episódio. “Agradeço o espaço, mas não vejo motivos para me manifestar sobre o caso. Não vou bater tambor para maluco dançar. Minha posição será tratada no âmbito judicial”.

Nota da UFFS
A direção da Universidade Federal da Fronteira Sul informou que, diante dos questionamentos recebidos nas redes sociais, reafirma entre seus princípios a adesão a valores humanistas, voltados à promoção de conhecimentos e à construção de relações pautadas em um ambiente democrático, de paz e de respeito à pluralidade de ideias.
A instituição ressaltou que os conteúdos publicados por servidores em redes sociais refletem exclusivamente opiniões pessoais, não representando o posicionamento institucional. Acrescentou ainda que não possui controle sobre as redes pessoais de seus servidores, mas defende a autonomia e a liberdade de manifestação dentro dos princípios éticos e dos limites legais.Segundo a reitoria e a direção do campus de Laranjeiras do Sul, a situação será acompanhada “com responsabilidade e zelo, em conformidade com as normas e procedimentos institucionais”.

Vídeo do deputado

Crédito: Reprodução/ Instagram @delegadotitobarichello