Dia da Fotografia: Maiara Stumpff compartilha sua trajetória por trás das lentes

Para celebrar a data, o Jornal Correio do Povoentrevista a fotógrafa que há mais de 10 anos é apaixonada e se dedica fielmente à profissão

A cada clique da câmera, um momento único é capturado e imortalizado, perpetuando a passagem do tempo de maneira visualmente poética. No ‘Dia Mundial da Fotografia’, comemorado hoje (19), celebra-se essa arte que permite congelar instantes fugazes e reviver lembranças preciosas. 

Através das lentes das câmeras, exploramos não apenas a técnica por trás da fotografia, mas também o poder de contar histórias, transmitir emoções e oferecer uma janela para o mundo ao nosso redor. Para comemorar a data, o Jornal Correio do Povo do Paraná apresenta a história de Maiara Stumpff, a fotógrafa alagoana de berço e laranjeirense de coração, que se dedica à profissão há mais de dez anos. “Não fui eu quem escolheu esta área, mas a fotografia que me escolheu”, enfatiza.

Trajetória

Algumas pessoas escolhem suas profissões já na infância, mas com Maiara não foi assim. Seu sonho era ser médica. “Eu me imaginava vestindo branco e cuidando das pessoas. No entanto, ainda criança, mudei de Alagoas com minha família. Após algum tempo, devido à separação dos meus pais, vim para Laranjeiras com minha mãe a irmã. Alguns anos depois, conheci meu marido, Anselmo Xavier, que já trabalhava com filmagens e fotografia. Foi aí que tudo começou”, detalha a fotógrafa. Ela relembra que o marido a convidava para participar dos trabalhos e, aos poucos, ela foi se interessando pela área. “Na época, morávamos em Guarapuava e surgiu a oportunidade de operar a câmera secundária em um casamento. Ali, percebi que essa era a minha área e, desde então, 13 anos na profissão já se passaram”, conta Maiara.

Referência

Ao lado do marido, à frente da Objetiva Produções, fotografando as modelos da revista I9 e dando continuidade à marca Maiara Stumpff, a fotógrafa é uma das mais reconhecidas na região. “Trabalhei com muitos nichos ao longo dos anos. Dediquei-me a recém-nascidos, festas infantis e gestantes por muito tempo. Após o nascimento da minha filha, decidi focar em outros modelos, como ensaios femininos, corporativos e mini-ensaios em datas comemorativas, como Natal, Dia dos Pais e Dia das Mães”, detalha Maiara. 

Conforme ela, mesmo com todos os anos de trajetória, em seu currículo constam apenas dois cursos de fotografia, o que não tem nenhuma relação com a qualidade. “Certificado e bom trabalho não andam juntos. Evoluí muito e sei o quanto me dediquei a esse trabalho. Todo o reconhecimento é fruto do meu empenho, desde o atendimento, até a entrega das fotos. “Quando criança, adorava quando minha família se reunia na casa dos meus avós maternos, para ver as fotos no baú de madeira que guardava tantas histórias. Esses bons momentos, desejo também que todos os meus clientes tenham, ao receber meu trabalho”, relata. 

Maiara aponta que sua vitrine é o Instagram, aplicativo onde mostra o dia a dia profissional e que se tornou a ferramenta para atrair novos clientes. “É o acesso rápido que possibilita o interesse. Minhas fotos estão expostas e, assim, fica fácil solicitar um ensaio”, detalha.

Dificuldades

Ao relembrar momentos críticos, a fotógrafa cita a pandemia, que fechou as portas dos eventos por um ano, sendo esse o sustento da família e da empresa. “Foi um momento horrível. Perdemos pessoas queridas, ficamos isolados e sem saída. Desafiador. Graças a Deus, superamos essa fase com muita cautela e hoje seguimos na nova normalidade”, aponta Maiara. 

Além desse período, ela expõe a busca por conciliar a maternidade com o trabalho. “Maternar é um desafio. Pensamos em tudo o tempo todo, e sempre há essa cobrança para dar conta. O lado profissional exige minha presença, assim como minha filha. É nessa hora que penso em contratar alguém para me auxiliar no estúdio”, explica. 

Outro ponto elencado é lidar com as condições climáticas, principalmente em ensaios de casamento. “Não podemos evitar o mau tempo e não posso arriscar toda a produção. Hoje, caso haja previsão de chuva, reagendamos para que possamos aproveitar em tempo integral a sessão, sem contratempos”, conta Maiara.

Situações cômicas

Ao longo dos mais de dez anos de profissão, alguns momentos engraçados são citados pela fotógrafa. “Sempre tive o costume de usar calçados abertos nos ensaios em geral, mas certa vez, fotografando no interior, nos deparamos com uma cobra no caminho. Foi horrível, mas a parte cômica se deu porque abandonamos todo o equipamento para fugir”, relembra rindo. 

Outro momento, segundo ela, foi ao atender uma família que parecia normal, mas durante a sessão, descobriu que, em vez de um casal e filhos, tratava-se do marido com a amante e a ex-mulher. “Fiquei sem jeito no início, confesso, mas como a situação estava confortável para eles, seguimos com o ensaio com um clima de descontração”, conta.

Amor pela profissão

Ao comparar o início da carreira, Maiara aponta a jornada longa e seu trabalho que reforça a autoestima feminina. “Ao criar minha marca, sempre quis mostrar que não há um padrão de corpo, cabelo, cor ou jeito. Todas são lindas e merecem um ensaio para se verem de forma diferente. Alcanço esse propósito diariamente e agradeço por confiarem no meu trabalho”, detalha a fotógrafa. 

“Eternizar momentos especiais é a função da fotografia, seja com qualquer dispositivo. Além de um material, a foto tem o poder de tornar memórias eternas. É por isso que me orgulho do meu trabalho e, com certeza, seguirei nesse ramo por muito tempo. É minha paixão”, finaliza Maiara.