Economista do Deral expõe estimativa otimista para Safra 22/23 na região
“Se o clima continuar colaborando, espera-se que sejam colhidas mais de um milhão de toneladas de grão no Núcleo Regional”, destaca Edson de Oliveira
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) divulgou nesta quinta-feira (27) a Previsão Subjetiva de Safra para o ciclo 2022/2023 no Paraná. As estimativas apontam para uma safra histórica, alcançando 46,7 milhões de toneladas de grãos em uma área de 10,8 milhões de hectares. Se confirmadas, essas previsões representam um aumento significativo de 37% no volume de produção em relação ao ciclo anterior, que encerrou com 34,1 milhões de toneladas, enquanto a área plantada registra uma leve redução de 1%.
O chefe do Deral, Marcelo Garrido, ressalta que, embora tenham havido alguns desafios pontuais, o Estado deve colher uma safra positiva. Entre os destaques estão a produção de soja e a segunda safra de milho, que mostram crescimentos expressivos em relação ao ciclo passado.
Região
As projeções otimistas para a safra de grãos no Paraná indicam um cenário promissor para o setor agrícola do estado, que poderá contribuir significativamente para o abastecimento interno e a exportação, reforçando a importância dessa atividade para a economia regional e nacional. Com uma colheita de inverno dentro do esperado, a região de Laranjeiras do Sul, de acordo com o economista do Deral Laranjeiras, Edson Gonçalves de Oliveira, espera colher 1.166.004 toneladas de grãos, um aumento de 88% em relação às 621.552 toneladas colhidas no ano passado. “É importante lembrar que a safra de verão anterior foi castigada pela estiagem. Se tudo correr bem, essa será uma colheita de inverno bem-sucedida para a economia agrícola local”, destaca Edson.
Soja
A produção de soja tem previsão de alcançar a marca recorde de 22,4 milhões de toneladas, com uma área de plantio de 5,8 milhões de hectares. Isso representa um aumento de 80% em relação à safra anterior, quando os agricultores paranaenses colheram 12,4 milhões de toneladas. Esse impressionante crescimento é resultado do clima favorável para a cultura durante o ciclo 2022/2023.
A alta demanda internacional e as expectativas reduzidas de produção nos Estados Unidos, um dos principais produtores mundiais de soja, impulsionaram os preços das commodities no mercado, o que é favorável aos agricultores do Paraná.
Edson aponta que na região, houve um aumento de aproximadamente 11,32% na área plantada de soja no núcleo de Laranjeiras do Sul entre as safras 2021/2022 e 2022/2023. “No comparativo da produção, a estimativa supera a safra 21/22, que foi de 294.522 toneladas, quase triplicando, para 720.006 toneladas”, apresenta Edson.
Milho
A segunda safra de milho está estimada em quase 14 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 5% em comparação ao ciclo passado. No entanto, a área plantada teve uma redução de 12%, passando de 2,7 milhões de hectares na safra 2021/2022 para 2,4 milhões de hectares na safra atual.
A colheita do milho evoluiu lentamente nesta semana, atingindo apenas 11% da área plantada. Algumas lavouras apresentaram desempenho abaixo do esperado devido a problemas com pragas, como a cigarrinha, e períodos de estiagem, especialmente na região Sudoeste. No entanto, outras áreas surpreenderam positivamente, especialmente no Oeste do estado.
No Núcleo de Laranjeiras, a área plantada de milho normal sofreu uma redução de aproximadamente 10,94% entre as safras 2021/22 e 2022/23. Apesar disso, conforme a estimativa, a produção apresenta um aumento significativo de cerca de 69,99%.
Feijão
A colheita da segunda safra de feijão no Paraná foi concluída nesta semana, registrando uma produção de 496 mil toneladas em uma área de 288,6 mil hectares. Embora a produtividade média tenha sido de 1.719 kg por hectare, cerca de 13% abaixo da estimativa inicial, que era de 1.979 kg por hectare, o desempenho da cultura foi considerado satisfatório.
A cultura do feijão enfrentou alguns problemas climáticos durante o ciclo, como o excesso de chuvas no início do plantio e a estiagem em maio. Esses fatores afetaram a qualidade do produto colhido, especialmente na região Sudoeste.
Na região não foi diferente, houve uma redução de aproximadamente 47.12% na área plantada. Como resultado, uma queda de 31.03% na produção está prevista.
Trigo
As expectativas para os cereais de inverno são igualmente positivas, com previsão de crescimento de 30% na produção de trigo, chegando a 4,6 milhões de toneladas, e um aumento de 13% na área plantada em comparação ao ciclo anterior, atingindo 1,4 milhão de hectares.
O crescimento da produção de trigo é ainda mais significativo considerando o ataque da Rússia aos portos ucranianos, uma vez que ambos os países são grandes produtores e a Rússia é o principal exportador do grão.
“No Núcleo, um aumento de 15,71% foi registrado. Em contrapartida, estima-se que a produção de trigo aumente aproximadamente 64,03%. Se o clima continuar colaborando, há uma melhora significativa em todas as cultivares”, completa Edson.