Possibilidades de verticalização em Laranjeiras do Sul

Com o crescimento da cidade, prédios mais altos começaram a ser construídos. Saiba o que dizem os especialistas, construtores e engenheiros. Na foto, ‘Prédião’, que ainda reina como o mais alto da cidade

O processo de verticalização é conceituado como o crescimento vertical das cidades por meio de grandes edifícios comerciais e residenciais. A verticalização surgiu como uma solução para a ocupação e expansão do espaço urbano. Pode suprir necessidades como facilitar o transporte, mais opções de salas para comércio e moradias no centro e proximidade entre locais importantes das cidades. O intuito era lidar com urbanização suprindo a demanda da migração de pessoas das áreas rurais para os centros urbanos. Entre 2000 e 2010 o número de apartamentos cresceu 43% no Brasil.
O fenômeno da verticalização começou no Brasil em meados dos anos 80/90 em São Paulo e Rio de Janeiro, e ocorre no mundo todo desde o século 19. Porém, algumas cidades como Nova York já se arrependem do plano estratégico adotado no passado. Um exemplo no Paraná é Londrina, considerada uma das maiores cidades verticais do mundo em metros quadrados construídos.


O ‘Prédião’ a necessidade de crescer para os lados
Uma piada que circula entre os jovens, é que se o homem aranha fosse laranjeirense, teria problemas para exercer seu trabalho. Laranjeiras conta atualmente com um único prédio com dez pavimentos, o ‘Prédião’, como é popularmente conhecido, localiza-se em frente à praça do Cinquentenário. Inaugurado no final dos anos 90, o edifício ainda reina soberano como o mais alto da cidade.
Para o secretário de Obras e Urbanismo de Laranjeiras, Leoni Luiz Meletti, o Tilim, a cidade precisar primeiro crescer para os lados. “Nosso limite é de dez pavimentos, e eu sou favorável a diminuição inclusive. Não adianta querer fazer arranha-céus, prédios gigantes para fazer sombra no vizinho e deixar de crescer nos terrenos vagos que temos na cidade. Claro, que é um plano para o futuro, mas ainda temos muito espaço em solo para ocupar”, opinou o secretário.
A prefeitura está com um programa de investimento e fará um leilão de imóveis públicos com preços acessíveis, para que esses terrenos baldios do município sejam ocupados. “A ideia é incentivar moradores da cidade a ocupar esses lotes vagos. O atual plano diretor prevê a ocupação horizontal”, explica Tilim.


Plano diretor
Conforme o secretário, o plano diretor atualmente em vigor, delimita em dez o número de pavimentos para construção na cidade. “Em 2024 o plano vai ser revisto e reelaborado, o que é feito a cada 10 anos. Então ano que vem pode ser que mude a regra para o limite de pavimentos. Laranjeiras possui cerca de dois mil lotes a venda, com preços ótimos, então não há por que acelerarmos o processo de verticalização antes de ocupar os terrenos”, enfatiza Tilim, concluindo que o incentivo deve ser para a construção de forma geral.
O secretário ainda explica que quem toma estas decisões é o ParanáCidade, instituto responsável por fomentar, e executar atividades e serviços não exclusivos do Estado. É o ParanáCidade que administra recursos e fundos financeiros para o desenvolvimento urbano regional e institucional.


Novos prédios
Contudo, está em estágio avançado de construção em Laranjeiras, um segundo edifício acima de seis pavimentos. O Edifício Central Park está sendo erguido em frente à praça José Nogueira do Amaral e pertence à Conrado Construtora. Com 10 pavimentos, contará com 36 apartamentos, dois elevador0es, salão de festas e vista para toda a cidade. “Talvez o homem aranha possa transitar entre os dois prédiões e alguns pequenos”, brinca um fã.
Segundo o engenheiro Gerson Boldrini outras novas construções também estão em andamento. “No momento estou finalizando um edifício de sete pavimentos, e começando outros dois, um de nove e outro de dez”. Gerson ainda afirma que segue em estudo a construção de outros prédios maiores.


Reflexões
De acordo com o secretário Tilim, há também outros pontos contrários a verticalização. “Uma cidade vertical sem um planejamento adequado, pode ter problemas de insolação, muita sombra, umidade e existe também a sobrecarga das redes elétrica e de esgoto. Então a cidade não está preparada para o crescimento vertical. Ainda temos muitos vazios urbanos ainda”.
Estudos afirmam a existência de alguns problemas ambientais decorrentes da verticalização sem estratégias adequadas como a supressão da vegetação, compactação e impermeabilização do solo e aumento da temperatura local, entre outros.
Alguns casos de arrependimento podem ser observados ao redor do mundo como a grande metrópole Nova York, que a cada ano perde o número de moradores em seus prédios. O fenômeno começou a alavancar após a pandemia, quando moradores começaram a migrar para cidades mais calmas.