Rua Mar. Cândido Rondon foi a rota comercial do Território Federal do Iguaçu

Com pouco mais de um quilômetro, esta rua abriga histórias e marcos da evolução laranjeirense, mesmo antes da cidade receber este nome

Dando segmento a série ‘Pelas Ruas da Cidade’, confira a história da Marechal Cândido Rondon. A principal via desde a criação do Território Federal do Iguaçu em 1943 e que carrega este marco até hoje, com comércios e rastros da evolução.

Quem foi Mar. Cândido Rondon?

O marechal Cândido Rondon foi um militar que atuou em expedições a oeste e norte do território brasileiro. Ele foi responsável pela construção de telégrafos para estabelecer a comunicação entra o Rio de Janeiro, antiga capital federal, e as regiões mais distantes do interior do país.

Além disso, Rondon colaborou para a proteção aos índios e se tornou o primeiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e um dos principais incentivadores da criação da reserva indígena do Xingu. Como homenagem ao seu trabalho de interligar as regiões mais distantes do Brasil e na defesa do povo indígena, o estado de Rondônia leva o nome do sertanista.

História

Com 1,1 km, a rota parte do bairro Água Verde e se encerra perto na sede da câmara de Vereadores, no Cinquentenário, onde há 80 anos se instalava o palácio do governo.
De acordo com o pesquisador e professor Arno Bento Mussoi, apesar dos longos anos que passaram pela rua, um ponto ainda é o mesmo: a Matriz Sant’Ana. “O comércio foi se criando às margens da Marechal por que era ela o ponto traçado entre Foz do Iguaçu e Curitiba. Com a criação do Território Federal do Iguaçu, em 43, vários pontos foram se desenvolvendo, como bares, hotéis, casa de comércio e a Praça da Bandeira, no atual Colégio Gildo. O que ficou, como a Matriz, já viu muita coisa acontecer”, brinca Arno.

Uma curiosidade lembrada pelo pesquisador é que no final da década de 40, a igreja matriz antiga era voltada à Marechal, já que o centro era este. “Hoje, é voltada à praça, que abriga o centro da cidade, mas antes, como tudo se desenvolvia nesta rua, estava voltada naquele sentido”, relembra.

Sêo Arno relata que mesmo que com o final do território em 1946, a cidade, e em contrapartida a rua, nunca pararam de crescer. “Só se ama a cidade que se conhece. A história da nossa Laranjeiras do Sul e da rua Marechal precisam ser recordadas. Esse foi o palco do desenvolvimento há 80 anos e com certeza, nunca se encerrará”, finaliza o pesquisador.

Comércio

Não se pode negar que a via homenageada é lotada de empresas que há muito tempo abrem as portas. Um exemplo certeiro é a Marechal Esportes, do Sêo Idalino Cottet, que além de carregar o nome da rua, comemora três décadas de funcionamento.

Em tom descontraído, Idalino destaca o desenvolvimento da cidade, “Já fizemos história em todo este tempo, mas antes de nós, havia a papelaria do Girelli. Muito conhecida. Nós vimos o comércio crescer e se desenvolver. Essa rua foi o início de tudo”, relembra.

“Não poderia ser diferente, este trecho é o polo comercial e se tudo der certo, seguiremos aqui por mais um bom tempo, carregando o nome da rua”, brinca o proprietário.

Além deste, a Marechal conta com vários comércios e empresas, como a câmara de Vereadores, antiga prefeitura, Mercadão dos Móveis, CJR Joalheria, Flor do Campo, Workcell Assistência, Distribuidora Marechal, Farmácia Bom Jesus, Ampernet Telecom, Ateliê Tânia Blonski, Pivatto Corretora de Seguros, Cantinho Econômico, Camargo Joalheiro, Lojas Combate, Comtudo Acabamentos, RS Auto Center, Hiperfarma, Praça José Nogueira do Amaral, Correios, Eletrocenter, Loja Criativa, Espaço Saúde Movimento, Postos Lalaco, Bella Fit, Giganet, Vida Nova Artigos Religiosos, Marechal Utilidades, No Ponto Supermercados, Redelar, Matriz, Sant’Ana, Colégio Gildo e Érico Veríssimo entre diversos outros.

Apesar de possuir vários comércios, Arno e Idalino compartilham a mesma perspectiva de que a rua não para, seja em mais um ano dos longevos ou a chegada dos outros. “A via que há muito foi palco do início e desenvolver de tudo, não parará tão cedo. É aqui que tudo acontece”, finaliza o pesquisador