Com submarinos nucleares posicionados, Trump pressiona Rússia por acordo

Presidente dos EUA impõe limite de dez dias para resposta de Moscou e diz que sanções serão reforçadas caso não haja avanço diplomático

A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reposicionar dois submarinos nucleares em áreas próximas ao território russo continua repercutindo no cenário diplomático internacional. Anunciada após declarações consideradas provocativas por parte do ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitri Medvedev, a ação agora é associada à imposição de um ultimato à Rússia sobre a guerra na Ucrânia.

De acordo com o próprio presidente, a movimentação foi necessária diante de menções de Medvedev a sistemas estratégicos nucleares, incluindo o chamado “Dead Hand”, tecnologia herdada do período soviético. Em reação, Trump anunciou que o prazo para que a Rússia apresente avanços em uma proposta de cessar-fogo foi reduzido de 50 para 10 dias. O novo limite, segundo o presidente, é 8 de agosto.

Sinalização estratégica

Apesar do anúncio público feito por Trump em suas redes sociais, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos não confirmou oficialmente a movimentação dos submarinos. O gesto é entendido por especialistas como uma tática de dissuasão, voltada mais à pressão simbólica do que a uma iminente ação bélica.

Segundo analistas em defesa, os submarinos em questão são dotados de armamentos de longo alcance e normalmente operam em sigilo. Tornar sua posição pública representa uma tentativa de enviar um recado direto a Moscou, destacando a prontidão e a capacidade militar norte-americana sem ultrapassar a linha de confronto direto.

Escalada retórica

O impasse entre as lideranças norte-americana e russa se intensificou após críticas de Medvedev ao ultimato de Trump. O político russo classificou a postura dos EUA como “provocativa” e alertou para as consequências de uma escalada militar. Em resposta, Trump acusou Medvedev de promover o que chamou de “chantagem nuclear” e disse que os Estados Unidos estão “completamente preparados” para qualquer cenário.

Nos bastidores, diplomatas americanos têm tentado manter canais de comunicação com aliados europeus e asiáticos, enquanto a Rússia ainda não respondeu oficialmente ao novo prazo. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, demonstrou abertura para negociações, mas o Kremlin não sinalizou intenção de retomar o diálogo, pelo menos até o momento.

Resposta imediata

Além da movimentação militar, o governo dos EUA também anunciou sanções econômicas adicionais a países que mantêm apoio à Rússia, como a Índia. A decisão faz parte de uma estratégia mais ampla de isolamento diplomático, com o objetivo de acelerar uma solução política para o conflito no leste europeu.

Fontes ligadas à diplomacia norte-americana apontam que a Casa Branca espera uma resposta clara de Moscou nos próximos dias. Caso contrário, novas medidas de restrição financeira e comercial deverão ser aplicadas, aumentando ainda mais o clima de tensão global.