Exportação de açúcar a granel nos portos do Paraná aumentou 352% em março

A movimentação de açúcar a granel alcançou 419.899 toneladas, representando um crescimento de 352% em relação ao mesmo mês em 2023, com 93 mil toneladas

Em março, a exportação de açúcar nos portos paranaenses testemunhou um notável avanço positivo. A movimentação de açúcar a granel atingiu 419.899 toneladas, representando um crescimento de 352% em comparação com o mesmo período de 2023, quando foram movimentadas 93 mil toneladas. Além disso, as vendas de açúcar em sacos também registraram um aumento, saltando de 18.004 toneladas em março de 2023 para 70.220 toneladas no mesmo mês deste ano, um incremento de 289%.

Safra recorde

O estado do Paraná experimentou uma safra recorde de cana-de-açúcar em 2023, totalizando 35,2 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 11% em relação às 31,7 milhões de toneladas do ano anterior, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral). Esse aumento na produção impulsionou as exportações, uma vez que os produtores paranaenses são os principais exportadores pelos portos de Paranaguá.

Os números expressivos em março seguem uma tendência observada desde o início do ano. De janeiro a março, também foram registrados aumentos na movimentação de açúcar, tanto a granel quanto em sacos. A movimentação a granel aumentou em 167%, passando de 503.515 toneladas para 1.341.878 toneladas, enquanto a movimentação em sacos cresceu 96%, subindo de 105.572 toneladas para 206.740 toneladas.

De acordo com o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, a mudança no cenário do comércio mundial também influenciou os resultados. “Além dos nossos investimentos em logística, que contribuíram para aumentar a eficiência operacional, as demandas mundiais pela commodity cresceram. Em 2023, nosso principal destino era a Argélia, enquanto este ano está sendo a Índia. Ambos os mercados ampliaram sua demanda, o que impactou positivamente nossos resultados”, enfatizou Garcia.

Desafios

A Índia, outrora o segundo maior produtor mundial de açúcar, está enfrentando desafios devido aos efeitos do fenômeno natural El Niño na última safra, resultando na necessidade de importar a commodity. Como uma das nações mais populosas do mundo e uma das principais consumidoras de açúcar, a Índia começou a restringir suas exportações do produto desde o final de 2023. Enquanto isso, o Brasil, com uma safra robusta de cana-de-açúcar, está se preparando para esse novo ciclo.

“A atração dos preços do açúcar, motivada pela queda na produção indiana e pela necessidade de abastecer esse mercado, levou os produtores a aumentar a produção de cana-de-açúcar e as indústrias a direcionarem mais recursos para o adoçante”, explicou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

Importância

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), a proporção de produção destinada ao açúcar no mix de produção do Paraná aumentou de 45% para 46%.

O diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira, ressaltou a importância nacional do Porto de Paranaguá no contexto da commodity. “Atualmente, ocupamos o segundo lugar na movimentação nacional de açúcar, ficando atrás apenas de Santos. Nos primeiros três meses deste ano, movimentamos mais de 1,5 milhão de toneladas e estamos otimistas em relação à produtividade para os próximos meses”, acrescentou Vieira