Itaipu e parceiros apresentam em Belém a primeira amostra brasileira de bio-syncrude
Material exibido na COP30 marca a primeira fração produzida no Brasil e inédita no mundo pelo método utilizado
Itaipu Binacional, CIBiogás e Itaipu Parquetec apresentaram, na tarde da última sexta-feira (14), a primeira amostra de bio-syncrude produzido na planta instalada na área industrial da usina hidrelétrica, em Foz do Iguaçu (PR). O evento foi realizado no estande da Binacional na COP 30, em Belém.
O bio-syncrude é a base para combustíveis sintéticos que substituem os combustíveis fósseis, como o bioetanol, o diesel verde ou o querosene sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Ele é feito a partir da junção do hidrogênio verde e do biogás, ambos também produzidos em Foz do Iguaçu.
De acordo com o diretor-presidente do CIBiogás, Felipe Souza Marques, o material apresentado em Belém é a primeira fração produzida no Brasil e a primeira do mundo pela sua forma de produção, com reforma a seco do biogás e síntese de Fischer-Tropsch, que transforma gás em hidrocarbonetos líquidos. “A gente inaugura hoje aqui, através dessa amostra, uma nova etapa do mercado de biogás brasileiro, que é uma novidade para o mundo também, de produzir combustíveis líquidos a partir de gás”, ressaltou.
Para o diretor administrativo da Itaipu, Iggor Gomes Rocha, a pesquisa e a produção de novos combustíveis que possibilitem abandonar a matriz fóssil é um dos pontos-chave da transição energética, tema bastante defendido pela Binacional. “São quase 20 anos de investimentos e estudos para que essa amostra fosse possível. Apresentar isso agora, na COP 30, é sinalizar que essa pesquisa chegou a um resultado. E que é algo que devemos defender enquanto política pública, para que possa crescer como uma nova matriz energética para o Brasil”.
A unidade de demonstração de Foz do Iguaçu foi instalada por meio do projeto ‘H2Brasil’, implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME) e financiado pelo Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). Fazem parte ainda, além da Itaipu, CIBiogás e Itaipu Parquetec, a Fundação Araucária e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Segundo o diretor de negócios e empreendedorismo do Itaipu Parquetec, Eduardo Miranda, que é quem fornece o hidrogênio verde para o bio-syncrude, a descarbonização da aviação é uma necessidade urgente, e a união e esforços a partir dos investimentos feitos pela Itaipu permite que um ecossistema seja criado para esse fim. “Isso coloca mais uma vez a Itaipu Binacional, Itaipu Parquetec e CiBiogás na vanguarda do desenvolvimento da inovação nesse protagonismo mundial”.
A unidade de demonstração de bio-syncrude de Foz do Iguaçu teve um investimento aproximado de 1,8 milhão de euro e tem capacidade de produzir até 6 kg /dia.



