Alexandre de Moraes dá aval para Polícia Federal investigar facções no Rio de Janeiro
Ministro determinou apuração sobre lavagem de dinheiro e infiltração de organizações criminosas no poder público
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, anunciou ontem (06) a abertura de um novo inquérito para investigar a atuação do crime organizado no Rio de Janeiro. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas. O objetivo é apurar esquemas de lavagem de dinheiro ligados a facções e milícias, além da possível infiltração de organizações criminosas em órgãos públicos.
Durante evento na sede da PF, em Brasília, Andrei Rodrigues afirmou que o órgão já deu início à investigação conforme a decisão judicial. “Recebemos a determinação do Supremo a partir da ADPF 635, instauramos o inquérito policial nos termos da decisão e, desde então, estamos produzindo conhecimento dentro do que foi determinado pelo relator”, declarou.
A fala ocorreu durante a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica entre a PF e a ‘Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial’ (ABDI), voltado ao uso de soluções de inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT) em áreas de fronteira, além da formalização do Termo de Adesão entre a Academia Nacional de Polícia e a Interpol Global Academy.
De acordo com a PF, a Superintendência do Rio de Janeiro e a Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor) já conduzem investigações sobre facções e milícias no estado. O novo inquérito será instaurado dentro da ADPF, conforme determinação do STF. “Com o relator e essa determinação específica, instauraremos este e quantos inquéritos forem necessários para cumprir a decisão e o nosso papel no Rio de Janeiro”, completou Rodrigues.
Determinação do STF
Na última quarta-feira (05), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a PF intensifique as investigações sobre as facções criminosas no Rio de Janeiro, em cumprimento à decisão colegiada da ADPF das Favelas. A medida foi tomada após uma megaoperação policial no estado que resultou em 121 mortes, entre elas quatro agentes de segurança.O Supremo definiu que a PF deve concentrar esforços em dois pontos principais: o funcionamento dos esquemas de lavagem de dinheiro no Rio e a possível infiltração de grupos criminosos em estruturas do Poder Público. Em despacho sigiloso, Moraes também solicitou que a PF apresente informações sobre o andamento das investigações e a adoção de outras medidas cabíveis relacionadas ao caso.



