Julho é o mês da campanha Julho Sem Plástico, que começou no Reino Unido em 2011 e se espalhou mundialmente com a hashtag #plasticfreejuly. No Brasil usamos a hashtag #julhosemplastico e o país embarcou nessa campanha pela magnitude do problema e a urgência de soluções para salvar o planeta.
Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico no mundo, com 11,3 milhões de toneladas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Desse total, mais de 10,3 milhões de toneladas foram coletadas (91%), mas apenas 145 mil toneladas (1,28%) são efetivamente recicladas.
Julho Sem Plástico em Candói
Estados e cidades brasileiras participam do movimento de julho alavancando campanhas de conscientização de formas diferenciadas, como é o caso de Candói. Neste ano, a Assistência Social convidou duas pessoas para, a partir de vídeos publicados em redes sociais, falarem da realidade da cidade em relação a quantidade e cuidado com o lixo.
Os convidados do Julho Sem Plástico são o Sr. João Carlos, presidente da Associação dos Reciclados e a Eliza de Matos, técnica na secretaria do Meio ambiente. O objetivo da Assistência Social, explica Carina Goldoni, secretária da pasta, “é mostrar o quão abrangente o assunto é, se remetendo a toda sociedade. Até porque, a degradação do meio ambiente também afeta o bem-estar social, ou seja, o lado humano”.
“Estamos acostumados a tirar o lixo de dentro de casa e pensar que a partir disso o problema não é mais nosso, mas não podemos esquecer que fora de casa, ou seja, o meio ambiente e o planeta terra, também é nossa casa, é nossa casa comum, então precisamos olhar para isso”, ressalta Goldoni.
Aumentar os recicláveis é aumentar o emprego
Sr. João Carlos, presidente da reciclagem de Candói, conta que a cooperativa foi fundada em 2013, mas que os trabalhos iniciaram mesmo 2018.
“Nossa maior dificuldade no cuidado com o lixo refere-se as separações nas casas. O que desejamos é que as pessoas separem melhor seus lixos, porque aumentando o nível de lixo reciclável, também podemos aumentar as vagas de emprego”, explica ele.
Candói recicla apenas 6% das toneladas de lixo
Eliza que é responsável pela gestão de resíduos sólidos, explica que a poluição plástica é considerada uma das principais causas atuais de danos ao meio ambiente. “O que inclui também a saúde pública pois contribui para os problemas da biodiversidade, poluição das águas, a degradação de biossistemas e o aumento de enchentes nas cidades”, detalha.
“Candói hoje gera em torno de 277 toneladas de lixo por mês. Desse valor, 17 toneladas são recicladas, ou seja, apenas 6%”, aponta ela.
De 277 toneladas, 2,5% são de plástico, uma quantidade bem elevada. “Porém, mesmo tendo essa quantidade de material que é reciclado, ainda vemos muito plástico nas ruas, espalhados em estradas, terrenos baldios etc.; E, quando se pensa em plástico, devemos considerar o tempo que ele leva para se decompor na natureza, que é cerca de duzentos anos!”.
O que fazer?
Eliza explica também os caminhos que devemos seguir, individual e socialmente, para diminuir as consequências causadas ao meio ambiente e a nós mesmos, lembrando que um ponto de partida pode ser a diminuição do consumo de plástico.
As sacolas de mercado podem levar de 100 a 540 anos para se decompor. “Então, se a gente pensar, nesse tempo, provavelmente não estaremos aqui, mas aquelas 10, 15 sacolas que você pega toda semana no mercado estarão aqui. Multiplica isso pela quantidade de tempo que a gente vive, é um número absurdo que precisamos urgentemente repensar”, contribui Carina.
“Por isso, evitá-las é essencial. Por exemplo, ao ir ao mercado, utilize sacolas recicláveis ou ecobag; evite qualquer tipo de plástico. São dicas pequenas do dia a dia que podem ajudar a contribuir com o meio ambiente. É pela qualidade de vida, vida dos animais e pelo planeta”, alerta.