Polícia Rodoviária é alvo de investigação por corrupção

Operação Rota 466 e Via Pix expõem esquema de propinas e pagamentos ilegais via transferências bancárias

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarapuava deflagrou, na manhã desta terça-feira (7), a segunda fase da Operação Rota 466, que investiga supostos casos de corrupção envolvendo policiais rodoviários estaduais. A ação resultou na prisão preventiva de um ex-comandante do Posto de Polícia Rodoviária de Guarapuava e no cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão em seis cidades, entre elas Guarapuava, Laranjeiras do Sul e Pitanga.
De acordo com o Gaeco, os policiais são suspeitos de exigir propina de motoristas flagrados em infrações de trânsito e de profissionais que atuam no resgate de cargas tombadas na região. A investigação também identificou o envolvimento de outros três policiais militares, que não haviam sido citados na primeira fase da operação. Eles foram afastados das funções operacionais.
O ex-comandante, que já havia sido investigado anteriormente, foi novamente preso preventivamente após o Gaeco reunir provas de que ele recebeu cerca de R$ 47 mil em propina e tentou interferir no andamento das apurações.

Esquema

As investigações apontam que o grupo atuava de forma organizada para solicitar pagamentos indevidos em troca de não registrar infrações de trânsito ou liberar veículos e cargas. As práticas ocorriam principalmente em rodovias da região central e sudoeste do Paraná, afetando transportadores e motoristas autônomos.
O Gaeco apura ainda se parte dos valores arrecadados era repassada a superiores hierárquicos ou utilizada para ocultação de bens, o que pode configurar crimes de corrupção passiva, concussão e lavagem de dinheiro.

Operação Via Pix

A operação em Guarapuava foi conduzida em conjunto com a Operação ‘Via Pix’, sob responsabilidade do núcleo do Gaeco em Ponta Grossa. Nessa frente, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão contra policiais rodoviários suspeitos de exigir propina por meio de transferências via Pix, utilizando contas de terceiros para mascarar o destino dos valores.
Segundo o Ministério Público, o grupo movimentou aproximadamente R$ 140 mil de forma irregular entre dezembro de 2024 e agosto de 2025. Até o momento, sete policiais foram afastados de suas funções enquanto prosseguem as investigações.
O MPPR reforça que denúncias anônimas podem ser feitas pelos números 197 (Polícia Civil) e 181 (Disque-Denúncia).