Média mensal de cirurgias eletivas em 2024 é 43% maior que a do ano passado

A média nos quatro primeiros meses foi de 70,5 mil procedimentos, enquanto a de todo o ano de 2023 foi 49 mil. Aumento está diretamente ligado com o Programa Opera Paraná

No Paraná, houve um aumento na média mensal de cirurgias eletivas, tanto ambulatoriais quanto hospitalares, realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no primeiro quadrimestre de 2024. Entre janeiro e abril, foram feitos 282.116 procedimentos, resultando em uma média de 70,5 mil cirurgias mensais. Este número representa um aumento de 43,74% em comparação com a média mensal de 2023, que foi pouco mais de 49 mil cirurgias (totalizando 588.795 no ano). Em relação ao primeiro quadrimestre de 2023, a elevação foi de 12%, já que a média mensal naquele período foi de 62.869 cirurgias (totalizando 251.476).

Investimento

Esse aumento está diretamente relacionado ao Programa Opera Paraná, criado pelo Governo do Estado para agilizar cirurgias eletivas e reduzir filas de espera, com a inclusão de hospitais privados e filantrópicos. Os dados foram divulgados ontem (21) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e incluem tanto a produção hospitalar quanto ambulatorial dos serviços prestados pelo Estado e pelos municípios. Considerando o período de 60 dias para a inserção dos dados no sistema, a previsão é que o Paraná registre mais de 800 mil cirurgias eletivas em 2024, o maior número da história do Estado.

Na primeira fase do Opera Paraná, foram investidos R$ 150 milhões do Tesouro do Estado, resultando em um incremento de 47% no número de cirurgias realizadas entre 2021 e 2022 (de 331.787 para 488.441). Na segunda fase, foram investidos mais R$ 150 milhões, além de R$ 102,5 milhões para os estabelecimentos contratualizados pela secretaria (Resolução 904/2023), resultando em um aumento de 20% no número de cirurgias realizadas entre 2022 e 2023 (de 488.441 para 588.795).

A expectativa é que mais unidades de saúde sejam credenciadas para realizar os procedimentos de maior demanda no Estado, incluindo cirurgias das vias aéreas e superiores, da face, da cabeça e do pescoço; do aparelho da visão; do aparelho digestivo; do sistema osteomuscular e do aparelho geniturinário.

Fila de espera

Segundo dados da Central de Acesso à Regulação do Paraná (Care/PR), 65.867 pacientes aguardam por cirurgias eletivas no Estado. A posição na fila de espera pode ser consultada online. Além desses, há pacientes em atendimento para consultas ou exames para verificar a necessidade de cirurgia.

Nos últimos dois anos, o tempo médio de espera entre a solicitação e a realização da cirurgia para pacientes no Care/PR reduziu em 38%. Em 2022, o tempo médio de espera era de 105 dias, e em 2023, os pacientes aguardaram em média 65 dias.

Mônica Vieira dos Santos, de 42 anos, moradora de Jardim Alegre, no Vale do Ivaí, não precisou aguardar. Após solicitar uma histerectomia no Hospital Regional de Ivaiporã, o procedimento foi rapidamente realizado. “Minha cirurgia foi um sucesso, os médicos foram muito atenciosos, desde a hora que entrei no hospital. Fizeram todos os meus exames e marcaram a cirurgia rapidamente,” disse ela.

As informações do Care são preliminares e os pacientes são inseridos no sistema pelas secretarias municipais de saúde. A cirurgia é confirmada pelos prestadores dos serviços. Municípios com gestão plena, como Curitiba, possuem sistemas próprios, e por isso, existem pacientes regulados pela própria secretaria municipal.

A estimativa é que cerca de 200 mil paranaenses aguardem por uma cirurgia eletiva, somando a lista de espera oficial e a dos municípios. A fila exata desses procedimentos está sendo compilada em um programa de gestão que integrará os sistemas do Estado, municípios e consórcios.