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Novos estudos com a cannabis apresentam melhora de pacientes com Alzheimer

Estudos desenvolvidos em Foz do Iguaçu, revelam resultados positivos para o tratamento de Alzheimer utilizando o óleo da cannabis

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com algum tipo de demência e todo ano 100 mil novos casos são diagnosticados. Estudos desenvolvidos em Foz do Iguaçu, revelam resultados positivos para o tratamento de Alzheimer utilizando o óleo da cannabis.

A Universidade Federal Integração Latino-Americana (Unila), desenvolveu testes em um morador de Foz do Iguaçu, que após 22 meses de tratamento apontou redução dos impactos gerados pelo Alzheimer.

A pesquisa

Uma das pesquisadoras Ana Carolina Martins, neta do primeiro paciente a receber a medicação, relata a reação do estudo. “A partir do tratamento a doença não teve progressão, auxiliando ainda na reversão dos sintomas apresentados”.

Ela destaca alguns sintomas que surgiram antes do tratamento e as melhoras apresentadas.

“Ele readquiriu sua autonomia, práticas que antes precisava de auxílio, hoje realiza sozinho, como atividades do dia a dia e sair de casa sozinho sem monitoramento, o que está acrescentando na qualidade de vida do paciente”.

Segundo a pesquisadora, o resultado permitiu avanços importantes para o tratamento. Ela destaca que 28 novos pacientes estão participando da pesquisa, os quais foram divididos em dois grupos, onde um recebeu o extrato da cannabis e o outro, uma substância placebo (que não causa efeito no organismo).

Outro pesquisador, Francisney Nascimento, destaca o resultado das primeiras análises. “Não finalizamos a parte de estatística, mas podemos adiantar que a maioria dos pacientes está em situação estável comparado a do início do tratamento”.

Frascisney fala que intuito da pesquisa está sendo cumprido. “Esse é o principal objetivo do estudo, mostrar que a cannabis pode retardar ou até impedir o avanço da doença, pois é degenerativa e crônica”.

Relato do paciente

O paciente pioneiro da pesquisa (o primeiro a receber o tratamento), Delci Ruver, deu continuidade ao procedimento sob cuidados de um médico da família, com apoio de uma associação autorizada para fornecer o medicamento a base da cannabis.

“O pessoal admira, fala que eu mudei muito de uns tempos para cá, porque eu falava as coisas e depois de um tempo eu me esquecia do que tinham falado”, relata o paciente.

Objetivos futuros

Segundo os pesquisadores, o estudo ainda tem um longo caminho, porém o objetivo é que o medicamento seja comercializado nas farmácias.

“Esperamos que para os próximos cinco anos, o Brasil e outros lugares do mundo, possam ter estudos mais robustos sobre o uso da cannabis, que pode ser um bom medicamento”, finaliza o pesquisador.