Segundo a psicóloga Naiane Schultz, o medo nos protege de exposições ao perigo e a ansiedade permite que estejamos preparados
Lidar com os medos não é tarefa fácil, principalmente quando esta luta afeta a vida profissional e pessoal. Num instinto de que a pessoa não é capaz de fazer algo ou que pode correr riscos, acaba impedindo a si mesma de realizar uma série de tarefas.
As pessoas são programadas para o equilíbrio, para o que é familiar. Evolutivamente, aprende que as mudanças exigem adaptações e que os que não se adaptam sofriam ou eram extintos.
Segundo a psicóloga da Clinisul, Naiane Schultz, desde pequenos, por meio de tentativas e aprendizados as pessoas vão descobrindo o que funciona ou não, e vai se acostumando a reagir da maneira como aprendes que funcionava e se tornou familiar.
“Como o cérebro é programado para a homeostasia, ele entende as mudanças como potenciais perigos e entra em estado de alerta, desencadeando uma série de respostas emocionais, como as reações de medo e ansiedade, por exemplo. Essas têm por função nos fazer avaliar a gravidade da situação e nos proteger. O medo nos protege de exposições ao perigo e a ansiedade permite que nos preparemos para algumas situações desafiadoras ou ameaçadoras”, afirma.
Ameaças
Algumas pessoas tem uma predisposição biológica ou mesmo por experiências da vida, aprenderam a ser mais reativas, em situações de ameaça. Segundo Naiane, as mudanças que o cérebro entende como ameaçadoras. “É como se ela tivesse um sistema de alarme que não tivesse devidamente ajustado, e ele disparasse mesmo a frente de ameaças, não consideradas graves ou perigosas. Então algumas pessoas frente a qualquer mínima mudança, reagem com uma ansiedade excessiva, um medo excessivo”, explica a psicóloga.
Como encarar?
Enfrentar seu medo confere enfrentar o desconhecido, onde você se sente vulnerável e fraco. Sair da zona de conforto envolve força de vontade e coragem, pois é preciso assumir o risco e enfrenta-lo sem receio a fim de promover uma nova etapa em sua vida.
Segundo Naiane, para encararmos de frente nossas mudanças, o primeiro passo é aceitar que as emoções são normais e fazem parte da nossa vida. “As emoções fazem parte do nosso ser humano. E o medo? O medo contra a raiva, alegria, tristeza e o amor, são todas emoções. Como todas as emoções fazem parte de nós, é normal sentir tudo isso. Então nós vamos nos sentir triste, frente algumas mudanças. Como algumas perdas de pessoas queridas, mudanças de residências, perda de algum trabalho. Vamos nos sentir com medo frente alguma mudança que vem que não é conhecida para nós. Vamos ficar ansiosos, e temos que nos prepara para encarar”, explica.
“Segundo passo é nos preparar, ajudar a nos defender, e a terceira coisa é avaliar, se o sistema de alarme está devidamente ajustado ou não? Se a gente por acaso está reagindo? É aí o momento de buscar uma orientação ou uma ajuda para refletir um pouquinho sobre isso”, concluiu Naiane.