Paranaense é selecionado para busca de planetas semelhantes à Terra
Marcelo Emílio integra grupo científico da ESA em projeto que será lançado ao espaço em 2026
O professor Marcelo Emílio, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), foi nomeado membro do comitê científico do Satélite Plato, projeto liderado pela Agência Espacial Europeia (ESA) com lançamento previsto para o segundo semestre de 2026. Ele integra um seleto grupo de 76 especialistas de diversos países, sendo um dos dois únicos representantes do Brasil.
A participação de Emílio consolida a inserção da ciência brasileira em iniciativas de ponta na exploração espacial. A missão Plato, sigla para Planetary Transits and Oscillations of stars, foi concebida com o objetivo de identificar planetas fora do Sistema Solar que apresentem características semelhantes à Terra, como a possibilidade de presença de água líquida e, potencialmente, vida.
Missão internacional
O projeto teve início em 2007 e atualmente se encontra em fase avançada de construção. O lançamento ocorrerá a partir do Porto Espacial Europeu, na Guiana Francesa, com destino ao chamado Ponto de Lagrange L2, região espacial localizada a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, entre o planeta e o Sol. Deste ponto privilegiado, as 26 câmeras de alta resolução do satélite serão capazes de monitorar a luminosidade de mais de 100 mil estrelas, buscando variações que possam indicar o trânsito de exoplanetas.
A escolha do professor Marcelo Emílio para integrar o comitê científico deve-se, entre outros fatores, à sua participação na descoberta do CoRoT ID 223977153-b, exoplaneta identificado por meio de dados da missão CoRoT. A descoberta é reconhecida como uma das primeiras conduzidas exclusivamente por pesquisadores brasileiros. “Fomos o único grupo, fora a equipe principal da missão CoRoT, a identificar um exoplaneta utilizando os dados fornecidos pelo satélite. Isso nos deu uma base sólida para contribuir agora com o projeto Plato”, destaca o professor.
Vínculo
Além das atividades técnicas, Emílio atuará como elo entre o projeto europeu e a comunidade científica brasileira. “Poderemos representar o Satélite Plato em eventos acadêmicos, participar de discussões sobre áreas prioritárias de observação e apoiar o desenvolvimento de pesquisas no Brasil”, explica. A outra brasileira convidada a integrar o comitê é a professora Silvia Alencar, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Juntos, os dois cientistas fortalecem a presença nacional em um dos mais ambiciosos projetos da astronomia contemporânea.