Segundo a psicóloga Nezia dos Santos, o termo Pet terapia surgiu na década de 60, mas a técnica já era usada no Brasil pela médica Nise da Silveira nos anos 50
A Terapia Assistida por Animais (TAA), popularmente conhecida como Pet Terapia, surgiu na década de 60, inventada pelo psicólogo Boris Levinson no tratamento de crianças e adultos com dificuldades emocionais e comportamentais. A terapia auxilia em diversos tipos de doenças e é comprovada cientificamente que melhora o bem-estar, saúde emocional, física, social e cognitiva em pacientes psiquiátricos.
Segundo a psicóloga de Cantagalo Nezia dos Santos, quem trouxe essa linha de pensamento ao Brasil foi Nise da Silveira nos anos 50. “Ela humanizou a psiquiatria. Então por mais que a terapia com animais seja pouco difundida no país, no exterior ela é muito usada, principalmente nos países europeus. Também é possível encontrar o tratamento em alguns hospitais de São Paulo”, explica a profissional.
A Pet Terapia é uma técnica que conta com animais como apoio para o tratamento de pessoas portadoras de problemas de saúde, estimulando tanto o aspecto físico quanto o emocional, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas e os processos de recuperação.
Nezia explica que a TAA é um processo que precisa ser aliado a um tratamento. “Não tem como isolarmos uma variável, não é apenas o remédio que está dando certo, nem só a terapia, tudo deve ser alinhado”.
Base científica
Umas das coisas que mais auxilia na eficácia da terapia é a alta taxa de adesão dos pacientes. Um estudo foi desenvolvido no Brasil com idosos portadores de esquizofrenia.
A pesquise envolveu vinte pacientes, onde dez interagiram com cachorros e dez não. Os pontos avaliados foram o contato interpessoal, comunicação e atividade rotineira, como higiene pessoal e autocuidado. “A partir do sexto mês de terapia pode-se notar efeitos que foram mantidos até o fim do estudo. Aqueles que estavam interagindo com os animais tiveram uma melhor interação social, uma melhor habilidade de conversação, e tinham momentos de lazer”, relata psicóloga.
O tratamento aposta no estímulo sensorial do tato para despertar a autoestima e a sensibilidade na relação entre as pessoas e os animais, seja tocando ou falando com eles, é assim que a ansiedade, a frequência cardíaca e a pressão arterial diminuem.
“A longo prazo a terapia se mostra eficaz, melhora hábitos sociais e questões de isolamento. Pacientes tentam imitar os sons dos animais, até mesmo chamar o nome, e isso melhora a vocalização, principalmente de idosos que já estão mais debilitados. Essa convivência ativa áreas da memória no cérebro”, finaliza Nezia.
